14 de setembro de 2011

Igor Maluco

Se tivermos a disposiçao para tal, refiro-me há disposiçao de quebrar o gelo e deixar a "bolha" de parte, as viagens sao acontecimentos espectaculares para aprender coisas novas.
Eu pelo menos vou encontrando de tudo... desde palhaços do circo que vao vestidos de gótico a Ingleses idosos que vivem em Portugal há 20 anos e nao trocam o nosso país por nada... vejam lá que há até quem encontre tipos que dizem fazer próteses de dedos e maos em silicone... realmente é uma sociodiversidade impressionante! (será que posso pedir direitos por este conceito? Nao é biodiversidade, é mesmo socio... ... se calhar nao...) 

É que as pessoas vao ali, num espaço confinado e num tempo pré-determinado, em princípio sem expectativas nenhumas de quem têm ao lado e se por acaso a viagem puder ser mais agradável com uma conversa de circunstância... ... todos procuramos sempre alguém que nos oiça!

Na minha última viagem Madrid-Lisboa encontrei na fila de embarque duas senhoras Brasileiras que tinham vindo na sua viagem pela Europa (parece que os Brasileiros fazem muito isso...). A conversa de circunstância começou pelo atraso do voo ainda na fila e alargou-se durante a viagem em vários temas que envolviam receitas dos seus avós Portugueses e a minha demanda por comprar feijao preto em Madrid.

Chegada a viagem quase ao fim e depois de analisadas dos seus e do meu ponto de vista as culturas de ambos os países uma delas exclama:

"Bem... mas eu nao sei nem o seu nome?"

É verdade... tínhamos começado a conversa com uma troca de palavras em tom de reclamaçao com a companhia aérea e nunca nos apresentamos.

"Chamo-me Igor Pinéu, prazer!"

"Como?"

"Igor, Igor!"

"Nao, qual é o seu último nome?"

(Ok... é normal... nunca ninguém percebe, deixa-me lá repetir, pensei)

"Pinéu, P-I-N-É-U... é um nome estranho... - e ia começar com a lengalenga do costume de como também em Portugal é estranho portanto é normal que no Brasil também nao o ouçam muito quando as duas em unissono:

"Paaaahhh ahahahah ahahah"! - gargalhada geral!

"Oi?" - disse eu, nao as Brasileiras.


Antes de continuar saio um bocado desta história e volto a uma outra que contei muito início ainda deste blog.
A Lista aqui em Espanha cresceu naturalmente. Os Espanhois também nao entendem bem o meu nome e chamarem-me Aigor, ou Aitor já nao me estranha (o ajudante do Drácula aqui nao se chamava Igor, mas antes Aigor, é a justificaçao... mas podiam ao menos nao fazer a associaçao, por uma vez na vida... mas nao, mudam-me o nome para que sim... é a minha sina!)

Voltamos ao aviao! Risos e gargalhadas depois:

"Ouve... do seu nome eu nao vou esquecer nao! - mais risos!

"Entao porquê?"

"Em Sao Paulo quando alguém está assim doido da cabeça, está louco, agente diz que «está pineuzinho!» porque há um hospital (reparem que "hospital" os brasileiros dizem "hospitau", os L's leem-se algumas vezes como U's) psiquiátrico que se chama Hospital Pinel (eu só percebi que era "Pinel" e nao "Pinéu", quando pesquisei, porque na altura pensei que era mesmo Pinéu, pela forma como o diziam)" - E riram-se de novo enquanto pediam desculpa, mas era demasiado engraçado!

E foi isto que eu aprendi na minha última viagem a Portugal... que quando for a Sao Paulo, devo dizer apenas o primeiro nome...

"Chamo-me Igor, muito prazer!"

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