27 de novembro de 2012

Provérbios 26 e o Star Wars

Tem havido muita contestaçao pela aquisiçao dos direitos do Star Wars pela Disney.
Eu devo confessar que nao sou um fa incondicional desta saga, mas devo completar que nunca vi os filmes com olhos de ver, nao lhes segui a história nem o contexto real e acrescento ainda (com verdade e para nao perder metade dos leitores) que tenho vontade de ver todos os episódios pela ordem correcta (ou seja do 4º pró 6º e do 1º pró 3º) e com olhos de ver!

Dito isto, assumindo-me como ignorante na matéria mas ávido de corrigi-lo, está claro que do pouco algumas poucas coisas retive, como aquele Jedi pequeno e verde com uma forma engraçada de falar chamado Yoda que ora manca ou tem uma agilidade que o torna difícil de focar com a camera. É uma personagem central, enigmática e determinante e eu nao quero desprestigiar este Jedi que me pareceu o mestre dos mestres Jedi mas pelo menos numa coisa ele nao é original, ou diriamos em verdade, o George Lucas nao foi original, e isso foi precisamente na forma engraçada de falar...

Os portugueses sempre foram bons conselheiros só nao sabiam que o faziam de forma tao hollywoodesca, por dizê-lo desta maneira. Que o George Lucas nao foi original, vamos vê-lo agora mesmo, se fez bem ou nao em ter vendido os direitos há Disney isso eu já nao sei, mas sei que:

Quem te avisa teu amigo é!

26 de novembro de 2012

As meias e o Mahjong

Já uma vez escrevi aqui como nao gosto de encamarar meias. E como nao gosto é uma actividade que gosto de procrastinar - podia dizer "adiar", é verdade, mas é para parecer que apesar de preguiçoso sei umas palavras difíceis de dizer.

No entanto sou obrigado a encamara-las - e esta palavra nao encontro no dicionário, mas a minha mae sempre me mandou "encamarar" as meias e se a minha mae me mandava fazê-lo e eu sabia o que tinha de fazer fica deste modo comprovado que a palavra existe e é portuguesa! - no momento em que fico com um novelo de meias alí no canto e nenhum par para calçar.

Emparelhar - que o português nunca nos falha quando queremos dizer o mesmo de maneiras distintas, ou, pode ainda dizer-se, de maneiras distintas dizer o mesmo - meias foi o que estive a fazer até agora e a sensaçao que me dá ao espalha-las para melhor ver-lhes das semelhanças ou, por defeito, as diferenças é que estou a jogar Mahjong... onde todas as peças sao iguais até ao momento em que se olha bem e se nota que todas sao diferentes, focamos uma peça e passamos minutos a procurar outra igual "Esta!... Nao, tem um risco vertical. Esta!... Também nao, a cor é diferente. Esta! Ainda nao..." O problema agrava porque ao contrário do jogo nao temos as "Jogados disponíveis" no fundo do monitor nem a tecla de ajuda.

Eu até gosto destes joguinhos da internet mas, coincidência ou nao, nunca gostei muito do Mahjong...

7 de novembro de 2012

Cérebro VS Músculos

Há uns dias, entre outro mobiliário reformativo, comprámos cadeiras novas para os meus pacientes se sentarem, as que tínhamos eram bastante antigas já. Os meus colegas entravam e saiam do meu gabinete e comentavam as mudanças, nisto chegou o V, aquele que sendo um ano mais velho que eu é a segunda pessoa mais nova da empresa.

V - Estas cadeiras sao porreiras.

E pôs-se, como bom espanhol, a segurar na cadeira com as maos e a examina-la.

Nisto lembra-se - eu repito que somos os mais novos da empresa e pronto, espero desta forma justificar o que vem a seguir - poe a cadeira no chao e fez aquilo que eu fiz várias vezes na escola secundária, que era tentar levantar uma cadeira com uma mao, segurando numa pata junto ao chao. Víamos,  na altura e desta maneira, quem dos "homens" é que tinha mais força.

Nao sei que conhecem o "jogo" mas é só isso: levantar uma cadeira segurando com uma mao numa das extremidades de uma pata, ou seja, com o lateral do mindinho a tocar no chao, daqui, tentem levantar a cadeira... nao é fácil, garanto-vos!

Bom, ele nao conseguia levanta-la, levantava 3 patas do chao mas a diagonal de onde segurava a cadeira teimava em nao levantar....

Como pessoa mais jovem da empresa, com a minha espectacular maturidade juntei-me aos risos dos que já estavam a olhar e tentei também eu, e também eu com insucesso, levantar a cadeira!...... (sim estava no meu horário de trabalho e sim estavam a pagar-me por passar tempo a tentar levantar uma cadeira com uma mao... ahahah... mas todos temos estes momentos nao é verdade....... eu gosto do meu trabalho!)

Ninguém conseguia levantar totalmente o raio da cadeira do chao, tentamos várias vezes, era o quase quase mas nada...

Ele continuava a tentar, alguém tinha de conseguir, parecia que um esforçozito mais e ela levantava do chao.

Ele tentava e eu pus-me a pensar!

"Ora... a cadeira levanta-se bem com uma mao se a segurar noutro ponto, a dificuldade desde "jogo" existe porque o centro de massa da cadeira - que deve estar mais ou menos a meio do assento mais para o lado das costas - está muito longe da minha mao, o braço da força é grande, isto multiplicado torna a força para levantar a cadeira neste ponto muito grande! O que tenho de fazer é aproximar o centro de massa da cadeira ao ponto onde estou a fazer força pulso/cotovelo/ombro.... ora deixa tentar!"

Em vez de me por de frente para a cadeira e a agarrar por uma pata qualquer, deixei-a ficar de frente, com o assento próximo de mim, mas como que a abracei - sem tocar claro, isso era batota - e fui agarra-la na "pata de trás". Desta maneira tinha a cadeira envolta pelo meu braço e próxima do meu tronco e articulaçoes que estavam em tensao  e... voilá! levantei a cadeira do chao!

Fiquei surpreendido comigo mesmo! nao pela força porque essa era a mesma, mas por ter resultado!

Quando expliquei a teoria riram-se de mim como quem diz "tá calado!", mas quando voltei a levantar a cadeira outra vez da mesma maneira ficaram pensativos e, calados!

Já dizia um dos meu Tutores de Oxford:

Knowledge is Power!

5 de novembro de 2012

O meu trauma com os cabeleireiros

Nao tenho grande vaidade no meu cabelo, gosto do ter curto e arranjado mas normalmente nao demoro mais de 10 segundos a pentear-me todas as manhas. Ainda assim consigo ter um trauma de cada vez que vou ao cabeleireiro, um nervoso miudinho que me faz, por debaixo daquele babete gigante que nos poe, apertar as maos uma na outra e desprender um olhar vazio ao espelho para me abstrair daquele local e nao ficar com os nervos em franja.

Tudo começou - acho eu, mas tem sentido que assim seja já que me recordo com esta nitidez e sentimento -  quando eu ainda tinha uns 10 anos.
Até esta altura cortava sempre o cabelo como a minha mae mandava "à rapazinho" que é pelos vistos o termo técnico de cabeleireiro para risco-ao-lado. Era um corte dificil para mim, os remoinhos que tenho na zona do frontal e na parte posterior dos dois parietais impossibilitavam qualquer perfeito risco ao lado (pronto pronto... mas também eu quis por aqui termos técnicos... fazem parte do meu ofício!)
Depois desta idade e por sugestao daquele que veio a ser o meu cabeleireiro durante vários anos, responsavel nao só pela minha mudança de look mas pelo meu trauma também, passei a usar um penteado mais... radical que, toque aqui toque ali, continua a ser o mesmo que uso hoje! Termo técnico usado pelo cabeleireiro - que além de ter o seu salao de cabeleireiro também era polícia e que, como se isto nao fosse peculiar bastante, tinha ainda uma agência de imóveis - era um corte à escovinha! nao se esqueçam do à, pareceu-me fazer parte importante do nome! Eu descrevo-o, de cada vez que vou a outro cabeleireiro, como maquina-dos-lados-e-atrás-e-em-cima-tesoura-para-espetar-e-despentear, estranho ou nao, a mim parece-me mais simples que à escovinha!

Bom, mas eu gostei do corte, tanto é que ainda hoje o uso, por isso perguntar-se-ao porque maneira ele me traumatizou! E perguntam bem!

A questao nao é complexa mas exige detalhe.

Eu nao sei se o senhor Cabeleireiro era bom polícia, nunca o vi fardado, mas nao o tendo visto de igual modo a vender casas, estou seguro que era um bom vendedor! Isto porque ele passava o tempo todo em que me cortava o cabelo a elogia-lo (ao cabelo... ao meu cabelo): "Que cabelo espectacular!" "Com o teu cabelo podes fazer o que quiseres!" (Quando ele dizia isto eu pensava nos meus remoinhos e sorrindo anuía simpaticamente) "Quem me dera ter um cabelo como o teu!", o bigode mexia agitado de um lado para o outro enquanto falava , mas os olhos ficavam realmente compenetrados no meu cabelo e daí nao se moviam um milímetro o que me fazia crer no que dizia. Ora aqui começa o meu trauma!

A este Cabeleireiro-Polícia-Vendedordecasas eu devo o corte que tenho hoje e eu gostava do corte que ele me fazia, mas... (é agora) havia um problema: podia ser melhor...

De cada vez que me cortava o cabelo, no processo do corte, havia sempre um momento em que eu pensava "Perfeito! Está mesmo como eu quero!" mas ele continuava... a falar e a cortar a falar e a cortar e eu, do alto do meu início de adolescência nao tinha coragem de interromper aquele Senhor alto, barrigudo e de bigode! Nao sei, sentia-me constrangido, como se fosse má educaçao e deixava-o continuar. Sempre que ia cortar o cabelo passava-se o mesmo. Lembro-me que uma vez - depois de muitas vezes...- ganhei coragem e a medo sugeri que assim estava bom! o senhor Cabeleireiro simpático e profissional como sempre responde "Ah sim? Está bem, deixa-me só fazer-te aqui o disfarce desta zona para nao ires com o cabelo às escadinhas." e deixou-me o cabelo como deixava sempre...
Depois dessa tentativa frustrada nao voltei a tentar e lá ia eu penitente cortar o cabelo. Era como ir ao Quem Quer Ser Milionário (um dia faço um post da minha ida, de verdade, ao QQSM), ter na mao o grande prémio mas errar a última pergunta e vir para casa com metade do bolo... uma espécie de satisfaçao amarga.

Seria de esperar que 15 anos depois eu estivesse há vontade para dizer como quero o cabelo a qualquer cabeleireiro, mas... admito-o algo embaraçado, nao é verdade! Quando os vejo com aquele à vontade com as tesouras e pente em riste, nao sei, sinto que sao os profissionais e que eu nao percebo nada e normalmente, depois da indicaçao inicial "maquina-dos-lados-e-atrás-e-em-cima-tesoura-para-espetar-e-despentear" as únicas palavras que troco sao as respostas a questoes que normalmente se prendem com temas que desconheço, como a UEFA ou o Fernando Alonso...

E porque é que eu me lembrei de isto hoje?
Porque hoje cortei o cabelo!

Aqui em Espanha vou sempre ao mesmo sítio, descobri um cabeleireiro onde trabalha uma cabeleireira que me corta o cabelo exactamente como eu quero. Fala pouco, e faz o que lhe digo ao princípio, perfeito! Aliás a vez que falou mais foi num dos cortes onde me tentou vender um cera para o cabelo, mas quando me disse o preço e eu vi que custava quase 4 vezes mais que a que uso tive mesmo que dizer "Nao obrigado!"

Bom, mas hoje, fui ao tal cabeleireiro - devo descrever que este neste estabelecimento trabalham uns 10 profissionais e destes pelo menos dois só cortam os cabelos a homens - apareceu-me um cabeleireiro novo a dizer que era a minha vez! Vi a cabeleireira de sempre que estava ocupada, queria esperar, mas com o bloqueio infantil nao tive coragem de dizer ao senhor "Desculpe, mas eu prefiro que seja ela a cortar." nao sei... continua a parecer-me falta de educaçao (ou desta forma justifico e aceito este recalcamento...).

La começou o Cabeleireiro a cortar-me o cabelo e logo desde início vi que a coisa nao ia bem, estava passar a máquina só um pouco acima da orelha. Com a coragem do alto do meu início de vida adulta disse: "Pode subir mais a máquina, corte todo o lateral com a máquina" ao que ele respondeu "Ah nao se preocupe, eu depois daqui corto com a tesoura, sempre cortei assim, para respeitar mais a forma do cabelo!" e eu calei-me... e... foi o que eu estava a espera: massajava as maos debaixo da cortina de plástico e sorria vagamente para a minha figura no espelho, no final disse que estava bom (e nao está muito mau, diga-se), paguei e vim-me embora..., para vir desabafar aqui!!:

Eu nao pedi para me respeitarem o cabelo! pedi para mo cortarem! como eu disse!... parecendo que nao já o corto assim à 15 anos, eu sei como o quero! Cabeleireiros do mundo: nao se compliquem a vida! se vos pedirmos para cortar o cabelo de determinada maneira... façam isso! Há pessoas como eu que se sentem intimidadas com a vossa mestria e certeza!...

(Suspiro)

Sim, acho que é seguro dizer: tenho um nível ligeiro de capilofobia...

(Risos que crescem em gargalhadas)