20 de junho de 2011

Marx VS Smith

(hoje é o dia)

- By the end of the day - dizia - there are two different schools: the ones who believe in Karl Marx and that assume that people are naturally good and the ones who believe in Adam Smith and believe that people are, in their deep selfish interior, bad. I am on the second group... people are mean... there is no escape from that... people will be good to you as long as you serve them... but when the time comes, and their needs arise, don't think that they will not dispense you. I am sorry, but that is the reallity, that is the real world!

Estavamos há mesa eu, a Bávara, o meio Alemao, o Príncipe Persa e a família Peruana, a conversa ia longa e alongou-se mais depois disto, deixo-vos apenas este excerto; quem falava acima era o pai.
_____

Existem pessoas que ouvimos falar, cuja opiniao até respeitamos, mas que nao damos muito crédito, nao atribuímos valor cultural se assim quisermos chamar a esta pessoa... ainda mais que a sua opiniao estiver contra tudo aquilo em que acreditamos e defendemos!

Mas quando nos fala uma pessoa que: teve uma educaçao num dos mais prestigiados colégios do Peru, estudou na Alemanha e em Inglaterra, foi convidado para ser Ministro da Economia do Peru com a idade de 26 anos, se tivesse aceitado teria sido o ministro mais novo de sempre no Peru -

"It was a hard choice to make... between continuing my studies or accept a place that was very risky in that age and in my carrer... ...anyway it was the best choice in my life... 4 months after the government take position a coup d'état happen and it fall completly" -


...viveu... quero dizer, viver realmente pelo menos alguns meses, em mais de 20 países - que me tenha apercebido fala pelo menos 4 línguas, uma delas o Português -, foi - imagine-se - um dos Head of the Office quando se fundou o BPN em Portugal:

"And yes I know what happen now with BPN, it made me quite sad of course... that was a scandal and a complitly wrong way of doing management... but I can ensure you that when it started was really good!" - e ria-se!

... teve um banco seu... um banco que estava a dar os primeiros passos antes da crise começar e na verdade a coisa parece que nao correu muito bem. E neste momento voltou para o Perú porque está a começar uma empresa de nanobiodiesel! Parece que ele e o irmao - químico -, com um investimento que nos é difícil imaginar, estao na fase final da selecçao de uma bactéria que produz etanol às toneladas, e que ainda liberta O2 para a atmosfera.

Bem... quando um pessoa destas nos fala, e nós temos a ousadia de sequer pensar de forma distinta... temos duas opçoes... ou nos calamos bem caladinhos e aprendemos, ou munimo-nos de todos os argumentos (sim, ainda nao tinha lido o Six Thinking Hats) que temos e com um meio de coragem, ingenuidade e incerteza partimos para o debate:

- Eu discordo! Eu acho que as pessoas sao naturalmente boas. Acho que é como Platao dizia (apesar de nao gostar muito dele, nao critico tudo o que disse, estou de acordo com algumas coisas): só faz o mal quem nao conhece o bem! Penso que existem pessoas que pelas suas atitudes sao tidas como más, e na verdade estao a sê-lo, mas acredito que o sao porque nao conhecem outra forma de ser.

- Essas pessoas sao más porque é isso que lhes dá prazer em ser, se fossem outra coisa só o seriam porque isso também lhes era bom. As pessoas só pensam em satisfazer-se, mesmo os altruistas pensam apenas em si!

- Nao penso assim! Por exemplo... eu fiz voluntariado durante muito tempo, e fi-lo pelas outras pessoas, nao por mim, fi-lo porque elas precisavam da minha ajudar. Isto nao é ser-se, pelos parâmetros actuais, uma boa pessoa? Pelo menos neste caso!

- Porque é que fizeste voluntariado outra vez? Explica-me!

- Porque acho que é o correcto, acho que devemos ajudar os outros, ser abnegados!

- Entao para ti isso é uma coisa boa... fizeste-o porque te satisfez, porque satisfizeste o teu ego em poderes assumir-te como alguém que ajuda os outros, porque isso é bom. Fizeste-o por ti, nao pelos outros! As pessoas nao procuram nada mais que satisfazer as suas necessidades individuais... e se a suas vontades forem contra as de outros, elas vao tentar que a sua prevaleça. O mundo é assim!

A conversa continuou com argumentos de ambas as partes, a mulher, doutorada em psicologia, estava do meu lado, mas nao falava muito, portanto era mesmo um debate a dois.
Os seus argumentos tinham peso, as minhas crenças também... ou ao contrário!

Esta questao continua a intrigar-me - ao ponto vejam só, de ter feito um blog com o ínicio do tema!!!! mas se o fiz foi também porque sao exactamente algumas destas questoes que queria partilhar, debater, e esta fica representativa de todas as outras - seremos nós, serei eu, apenas um ser egoista, que por sorte até tem bons valores (eu acredito que tenho) e entao só faz o bem porque assim se sente bem... nao pelos os outros, mas por si mesmo! Será esta filantropia apenas um pretexto, uma espécie de cobertura, que uso- entre outras - para alimentar a minha necessidade de me sentir bem?!
Se sim, qual é o mérito em se-lo? Ou por outro lado, se sim, será isso mau na sua génese? Uma vez que apesar da causa ser menos nobre o efeito é positivo para quem o sente!

Nao encontro respostas definitivas para estas questoes. Fazem-me lembrar as essenciais há uns 10 anos atras (10 anos???? catano... sim, 10 anos!).
A única "consolaçao" nestas dúvidas é procurar outras respostas:
Tenho alguns princípios na minha vida... temas sobre os quais eu nao me posso falhar, máximas, também sao chamadas. E de entre todas, que sao várias e definidas, duas estao no topo da lista, e uma delas é:

"Sê fiel a ti mesmo!"

Simples e um bocado kisch, mas que me ajuda a tomar rumo em algumas decisoes que tive de ir tomando ao longo dos tempos. E assim seguirei... com uma máxima que pela sua natureza acaba por suportar a teoria egocêntrica do meu opositor - a segunda já nao suportaria, mas nao se aplica tanto aqui -, mas que me determina que devo continuar a ajudar os outros - e a fazer tudo o que sempre fiz além disso, nao faço da minha vida ajudar os outros atençao, nao sou assim tao altruista -, porque o efeito que causo é bom para eles, e sim, para mim também, e se isso é mau, egoista, ou o que seja, entao continuarei a ser culpado.
Realmente, a nossa natureza é difícil de definir - a nossa essência por assim dizer - mas se for possível, acho que só vai ser se determinada pelo que somos para os outros.

1 comentário:

  1. Realmente é uma excelente questão. Mas acho que neste caso ( e atenção, não é porque quero agradar todos :P) acho que ambos têm razão. O Voluntariado é muito importante porque ajudamos os outros a terem uma vida melhor, ajudamos naquilo que é preciso. Com isso, sentimo-nos bem connosco próprios, sentimo-nos orgulhosos, porque sabemos que estamos a fazer o bem e, ao recebermos os agradecimentos e todas as circunstâncias, aumentamos o nosso ego, sem dúvida!
    Mas por isso é que existe a frase "Dar e Receber"! Porque é isso que o Homem sempre fez! sou cristã e, como tal, posso referir uma frase que está na biblia e, provavelmente, em outros livros que, de uma forma interpretada, é dá o pouco que tens, que receberás o mesmo ou mais em troca!
    Não acho que seja egoismo, é a lei natural da vida! ;)
    Beijocas

    ResponderEliminar