15 de julho de 2012

Provérbios 25

Têm sido tempos cheios!
O que mais marcou nas últimas semanas foi a minha visita a Oxford, mais precisamente ao Begbroke Science Park.
A pos-graduaçao está a chegar ao final, tive de fazer umas apresentaçoes, participar nuns workshops e agora tenho até ao final do mês para entregar a minha tese final que é sobre a caracterizaçao de uns bionanosensores.

Ter ido a Oxford foi... ... foi muita coisa! E por muitas coisas é dificil descrever. Foi muito bom, foi muito estimulante, revigorante, foi um sentimento de concretizaçao muito grande.
Visitar as bibliotecas Bodleian, passar o meu cartao de estudante para aceder às zonas interditas ao público em geral e admirar aqueles livros - aquele cheiro dos livros-, entrar na Radcliffe Camera, passar a ponte Magdalen, beber um Pint na Turf Tavern, entrar na Blackwell de Oxford... foi para mim uma semana muito especial e difícil de descrever.

Durante todo este ano, por causa desta mesma pos-graduaçao, só consegui pegar e ler 3 livros (estou na primeira metade do 3º para falar a verdade).

Li "El pequeño libro de las grandes decisiones", um bestseller na Alemanha que é como uma sebenta com 50 métodos para tomar decisoes. Tem métodos conhecidos pela maioria como a pirâmide de Maslow ou a análise SWOT, e muitos outros que nao conhecia e que achei engraçados como o cisne negro. Nao desenvolve nenhum em particular, é mesmo uma pequena sebenta, útil para quem quiser uma base para depois pesquisar e aprofundar.

Li também o "Clarabóia" do Saramago. Adorei o livro. Achei impressionante como ele já escrevia assim quando eu ainda nem era nascido. Um livro que tem tudo aquilo que é Saramago. Um final que espanta, apoteótico e nao tao habitual nos livros que dele li que costumam terminar de forma serena e (como neste) inconclusiva. Sobre este livro gostava de escrever mais, talvez noutra altura.

Estou agora a ler a autobiografia do Nelson Mandela. Um homem que nao posso descrever por nao lhe poder fazer justiça na grandeza. Um livro simples, escrito como se tivessemos o próprio Mandela a contar-nos a sua vida, os seus defeitos de caracter e fracassos, que nao foram poucos e a forma como cresceu e se tornou no que hoje o conhecemos.
Numa destas passagens, iniciais ainda na sua vida, de adolescente campesino que nao sabia ainda comer com talheres a jovem adulto que chegado a Joanesburgo conheceu outra realidade, outra visao do mundo real. Numa dessas passagens de consciência ainda prematura - e consequentemente ainda ingénua - Mandela partilha um provérbio do seu povo xossa:

Ndiwelimilambo enamagama


Que segundo ele pode ser traduzido como "Já atravessei grandes rios" e que quer dizer que a pessoa viajou muito, que tem uma larga experiência de vida e a sabedoria que daí advém.

Sem comentários:

Enviar um comentário