22 de maio de 2012

Olhos em bico

Hoje tive o privilégio de almoçar com vista para a Sagrada Familia.
Comi num desses restaurantes ocasionais, turístico e italiano, que os há por todas as partes. Fui atendido por um empregado indiano que, claro, me falou num Espanhol perfeito. A massa penne al pesto estava boa.

O sítio, vendo bem, parece ter propiciado desta forma a conversa que se manteve ao almoço com o Argentino que comia o seu calzone, nao me recordo de quê.

Entre outras coisas falavamos das diferenças culturais entre tantos países de tantos sítios.
Comentava eu o episódio engraçado em que me apercebi que o regime militar na Finlândia era obrigatório:

Dizia-me o Finlandes:
Nao, aqui nao é profissional, o regime é obrigatório, tens 3 opçoes: ou vais à tropa, ou fazes serviço comunitário, numa biblioteca ou creche ou algo - que é pago como a tropa claro, o importante é que sintas que fizeste algo pelo teu país - ou entao vais para a prisao! Tens de escolher um dos 3! - e ria-se - Entao mas voces aqui com uma sociedade tao evoluida ainda têm o serviço obrigatório? Nao percebo.- e com um ar de reflexao concluiu após uns segundos - Hum, pois... mas vocês ao lado só têm Espanha. Nós aqui ao lado temos a Rússia! - e eu, conhecendo a sua História, calei-me.

Comentava mais tarde o Argentino:
A mim comentaram-me uma vez que depois de trazer algumas crianças nómadas que viviam no Sahara para a Europa, ao depararem-se com escadas subiam-nas em "quatro patas"! Nunca tinham visto escadas e achavam ser a maneira mais coerente das subir. Em duas pernas "nao dava jeito"!


Lembrava-me eu:
Ah sim, uma vez vi um documentário onde a Julia Roberts passava uma temporada com uma família nómada na Mongólia. A dado momento ela pisca o olho a um dos miudos por alguma travessura e ele fica fascinado pela "extraordinária" capacidade! Desde esse momento andavam detrás dela a pedir que piscasse os olhos um de cada vez porque achavam aquilo muito engraçado! Uma das últimas imagens do documentário é quando ela se vai embora e já no carro, ao despedirem-se - se é que me estou a lembrar bem -, os miudos ao verem-na ir, com o indicador baixam uma pálpebra para assim "piscarem" um olho também! Foi muito engraçado


E ele acrescentou aquela que foi a história mais engraçada e com a qual, quer pela forma como a contou quer pela imaginação da cena, nos rimos até quase às lagrimas:
Falando nos olhos, tive um amigo que foi ao Japao e a dado momento ve um grupo de crianças que olhavam para ele e se riam todas entre elas. Quando aquela cena havia demorado alguns instantes uma aventura-se a chegar perto dele com uma gargalhada de gozo - tal qual as nossas crianças que fazem "nanananaaa" quando nos fazem caretas; porque afinal, como sabemos, as crianças falam todas a mesma língua, aqui ou no Japao - e com esta cara e som de gozo, com os dedos indicadores e polegares nas sobrancelhas e bochechas respectivamente abriam muito os olhos "como um nao-Asiático". Feito isto desataram todos a correr e a rir pela travessura!!!


E dito isto rimos bastante!
Na Europa puxamos as missuras para ficar com os olhos em bico e contamos anedotas, na Ásia puxam as pálpebras para ficar com os olhos em redondo! e  riem-se de nós.

Realmente, quao estranhos, e engraçados, somos os humanos!

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