7 de junho de 2012

Provérbios 21 (e com boa vontade 22, 23 e 24)

Nas últimas semanas, casualmente, tenho ouvido tantos provérbios, expressoes, máximas e adágios que se  nao os escrever acabo por esquecer. Deixo agora um deles, que pelas minhas divagaçoes me traz à memória mais tres...
É que o conhecimento acaba por ser como as promoçoes de supermercado, mesmo quando nao queremos, levamos sempre mais qualquer coisa...

...

O contexto geral era ameno e descontraído como o obrigam as cervejas e as azeitonas, mas a situaçao particular foi ao mesmo tempo tensa e cúmplice entre os presentes.
Dirigia-se um ex-Chefe a um Empregado-antigo, falava-se de muitas coisas: da crise, da economia, das empresas, das novas leis. Falava-se de adaptaçao, falava o ex-Chefe que podia ser chamado também de Chefe-reformado, fica a gosto daqueles que gostam ora mais de prefixos ora mais de sufixos, e apelava à compreensao das medidas, à nao resistencia à mudança tao inerente ao ser humano. O Empregado-antigo mostrava-se reticente, apreensivo e até desanimado com o panorama geral, como se - como todos nós, nao fossemos todos excelentes treinadores do lado de cá da televisao - ele soubesse, pelos largos anos da sua vida, que aquele nao era o caminho, o caminho sabia-o ele melhor que outros, e nao era aquele.
Era um debate de ideias entre aquilo a que se podem chamar dois indivíduos da velha guarda!...
Pensando bem, talvez o término nao seja correcto, ou entao, temos de perceber que a velha guarda é igual à nova guarda, com as mesmas ideias e dúvidas, preconceitos e saberes.

Fico a pensar que se Heráclito tivesse conhecido as guardas talvez se tivesse desanimado e nunca tivesse aportado o seu célebre axioma, afinal, parece que as coisas ficam sempre na mesma...

A dado momento o Chefe expoe ao Empregado como ele mesmo - o Empregado - é um agente criador e fomentador activo destes tempos que critica.
Exposto isto, o silêncio introspetivo foi momentâneo mas geral, confirmando que quem consente cala...
E conclui desta forma o Chefe:

C - Nunca te esqueças E

a funçao do Policia é policiar, e a funçao do Ladrao é fugir.


Que é como quem demonstra que cada macaco nao está só no seu galho, se nao que está também bem situado e definido no seu meio. E se enchermos o galho com o significado acrescido pelos Brasileiros mas nao pelos Portugueses o provérbio fica ainda mais apurado/relacionado. É assim a Língua Portuguesa, cheia de duplicidades!

Sem comentários:

Enviar um comentário