22 de dezembro de 2011

Córdoba

Estou a escrevo-vos da estação central de comboios de Córdoba. Estou há espera do AVE que me vai levar de regresso a Madrid.
É a segunda vez que visito Córdoba, sempre com o mesmo pretexto: ver um paciente.

Como já viajo sozinho, organizo as minhas viagens, e apesar de normalmente isso não mudar nada há rotina de quando vinha supervisionado, existem excepções, como estas.

Depois de terminado o trabalho aproveitei e fui ver o centro histórico desta cidade.

Esta zona está muralhada, como todos os centros antigos, mas castelo não tem, apesar do seu icon central ser tão ou mais impressionante que qualquer castelo.

Ao entrar-se pelas portas da muralha a primeira visão desta cidade Andaluza e quente (se não é redundante dizer-lo) é de um branco limpo, opaco e quase ofuscante, salpicado de pontos azuis céu pendurados nas paredes das casas baixas de onde nascem flores que oferecem ao cenário um cariz ao mesmo tempo pitoresco, primaveril e rústico.

À medida que vamos caminhando pelo chão de seixos justapostos na vertical as ruas curvam em ruelas estreitas com lojas turísticas onde desde o principio se nota a influencia Árabe desta cidade.

Todo este centro pode ser visitado numa caminhada descontraída mas persistente.

Da primeira vez que visitei este centro pude incorrer no seu limite, passando a outra porta da cidade que dá para ponte que atravessa o Guadalquivir e que dá para a pequena e robusta torre agora transformada em museu.

Foi aqui que ouvi pelos headphones parte da História desta cidade e onde soube por exemplo que no auge da sua civilização esta foi a cidade mais povoada do mundo e com a maior universidade desse tempo.

Caminhar sobre esta ponte larga, deixando para trás o frontão de entrada (ou saída) dirigindo-nos há torre é, em si, digno de memória. Aquelas tonalidades de areia que espelham o Sol em matizes castanhos, cremes, amarelos e laranja fazem-nos sentir neste mundo Árabe, onde a música, o cheiro, a dança, a matemática, a filosofia e a astronomia eram notas presentes da cultura.

Ainda na minha primeira visita fui capaz de entrar no segundo círculo de muralhas da cidade, onde está o símbolo da cidade, a sua catedral como escreve no bilhete de entrada, ou mesquita como chamam outros, mais correctamente penso.
Neste pátio, ainda antes de entrar na Mesquita, está um jardim que não pode ser se não um jardim desse tempo.
Laranjeiras carregadas de laranjas vivas que ponteavam o cenário creme e amarelo com nuvens verdes escuras estavam alinhadas simetricamente com uma fonte ao centro. Desta fonte com um pequeno repuxo de água vertical crescia um pequeno e caricato mecanismo de rodas dentadas dentro de uma caixa que rodavam enquanto a água era ascendida, ao rodar as rodas rodavam pequenos sinos que tocavam à vez e uma pequena bandeira rodava alterando o curso do pequeno repuxo na sua fase final. Este pequeno sistema parece mais um brinquedo, uma caixa de musica talvez, que um adorno, mas não deixa de transparecer a importância que a matemática e a engenharia (será que o separavam?) tinham para estas pessoas. Desta fonte ainda partiam em baixo pequenos aquedutos que ligavam a todas as árvores, assim, para se regarem as laranjeiras tinha-se apenas que abrir as comportas da fonte e deixar que a gravidade e a pressão fizessem o resto.

É um espaço tranquilo, não fossem os turistas (como eu!) que por aí pululam seria meditativo, estudioso.

Hoje tive a oportunidade (ou o tempo) de entrar na Mesquita.
Depois de dado o bilhete ao segurança da entrada franqueei a abertura que pouco se parecia a uma porta e a minha atenção ficou imediatamente presa à direita para um significante Cristo crucificado. Aquela imagem destoou-me naquele espaço e após os breves momentos de hesitação e perplexidade girei à esquerda para a entrada propriamente dita e então aí sim, estanquei como esbarrado com uma parede invisível, ou um suspiro cálido.

Aquilo que tinha diante de mim era um espaço amplio e aberto, apesar de apenas medianamente alto, dividido por centenas de colunas estreitas equidistantes que subiam até se unirem às suas vizinhas em arcos redondos (curioso, poderiam ser vistos como romanos, não sei porque não eram cortados) e duplos.

As colunas subiam até aos arcos e prolongavam-se no tecto abobadado em estreitos relevos que se entrançavam como raízes deixando que se vissem nos seus pequenos nós subtis figuras, caras esculpidas ora de perfil ora em corte frontal, ali imortalizadas e ainda assim anónimas.

Rapidamente percebi que o Cristo na cruz anterior não era uma excepção, por toda a parte surgiam cicatrizes daquilo que devia ter sido a cristianização forçada, ou a adaptação de recursos necessária. Por todas as partes se viam quadros ou figuras ora de Cristo, Santos com espadas atravessadas ou Papas antigos, o altar principal estava repleto de ouro e estátuas de santos difíceis de nomear, como é normal em qualquer igreja, aliás, aquele espaço podia ser qualquer igreja, aí não havia traços de outra civilização. Havia até, no canto precisamente, um altar a Santo António de Pádua e ao lado do seu quadro e estátua uma bandeira Portuguesa. Podiam ser vistas pessoas a rezar ao seu deus, outro que não aquele que fez edificar aquela obra, mas pelos vistos não menos poderoso já que o subverteu.


As casas de chá e shisha são frequentes nesta cidade, aproveitei e tomei um chá numa delas: “Mil e uma noites” era o nome do chá, como lembrete dos livros que gostava mas acho que nunca vou ter tempo de ler. O ambiente era agradável, decorado como manda, meia luz, o cheiro a incenso e chá era intenso, estava vazio àquela hora, pelo que puder beber o Mil e uma noites tranquilo encanto pensava:

“Se por alguma razao insondável nós morremos e voltamos a viver, num ciclo em que tantos acreditam mas não justificam, espero ter vivido aqui e nesse tempo.”

Entretanto já estou no AVE, caminho a Madrid... mas voltarei.

 


5 de dezembro de 2011

Provérbios 18

É certo e sabido que um bom vinho fica sempre bem com um bom queijo!
O que normalmente nao se diz é que um mau vinho fica bem com o qualquer queijo.
É capaz de ser dificil tornar um carrascao num Château Clarke Cru Bourgeois Listrac... mas é verdade que um queijo ajuda sempre.
É por esta razao que este provérbio existe em Espanha.
Quando alguém vos quer avisar para terem cuidado porque que vos podem querer enganar, pode dizê-lo da seguinte forma:


Que nao tu dêem com queijo!


Quando mo disseram fiquei muito confuso, este é mesmo daqueles que precisa de explicaçao, mas achei-o muito engraçado!

3 de dezembro de 2011

Nanotecnologia "hype"

À que dizê-lo... a nanotecnologia sofre uma expeculaçao tao grande que roça o ridiculo!

Quando vejo aqueles "nanorobots" que parecem insectos espaciais nas revistas e blogs dá-me vontade de escrever para os editores... mas é mesmo assim!

É importante ter discernimento!

Até porque... há muitos e tao mais espectaculares resultados reais da aplicaçao da nanotecnologia que inventar estes outros nao é de facto necessário: vidros que se auto-limpam dispensando acçao humana ou detergentes, roupas que mantém a temperatura corporal a uns constantes 25 graus esteja -5º ou 40º no exterior, particulas que limpam quase instantaneamente solo e agua contaminados, nano-filtros, todas as centenas de aplicaçoes que nos permitem ter os computadores que temos hoje, aditivos que tornam os combustiveis mais ecologicos e eficientes, outros que tornam os plasticos mais resistentes permitindo o uso de menos materia prima (petroleo) tornando-os ainda mais leves e também mais limpos, particulas que detectam e eliminam células cancerigenas (particulas de ouro por exemplo, esqueçam os nanorobots), particulas que sao anti-bioticas que servem como camadas protectoras estereis em hospitais ou na mesa da cozinha, substratos que impossibilitam a formaçao de gelo nas estradas... tudo isto é real, comercializado e pode ser adquirido já!
Nao é preciso "vender" ilusoes... até porque normalmente elas viram-se contra nós.
A expressao "Gray goo" é muito conhecida porque quem estuda nanotecnologia e refere-se ao "acontecimento" de quando estas nanomaquinas se vao reproduzir indefinida e eternamente esgotando toda a materia do universo. Isto ocorre porque? Porque a expeculaçao dizia que estas nanomaquinas iam ser administradas nos nossos corpos e iam reparar tudo e quando tivessem um problema reparar-se-iam também, eventualmente estas maquinas tomariam conta do universo... Hype!

O melhor é estar informado e talvez levar a coisa com humor , foi o que fez Dilbert:


1 de dezembro de 2011

1 ano depois

Era dia 1 de Dezembro de 2010. A verdade é que já há dois dias que entrava de manha e saia durante a tarde, cumprindo o horário de um funcionário normal, mas foi neste dia que o meu contracto de trabalho na Otto Bock oficialmente começou.


Hoje fez um ano que trabalho aqui. Um ano que me mudei e vim viver para Espanha.

Mudou tanta coisa... nem sei! Tenho bons amigos aqui, verdadeiros bons amigos. Tenho aventuras que relembramos depois dos jogos de padel na caña obrigatória - como longuissimas viagens de carro até aos confins de Espanha para ver um paciente, em estradas e paisagens esquecidas e desertas depois de ter, já nesse dia, apanhado o comboio e o aviao para nos deixar mais perto - e desventuras onde penso "nao voltarei a repetir!" - como quando atirámos gravilha às quatro da manha às janelas do hotel de cinco estrelas de Toledo, na convivencia da empresa, para acordar toda a gente (da OB) - enfim... foi um bom ano, foi um ano rápido!

2010 foi marcado por esta entrada na OB, 2011 foi marcado pela entrada em Oxford, que para mim foi muito importante enquanto realizaçao pessoal também, nao sei bem qual é o meu objectivo para 2012! Em 2010 e 2011 tinha estes objectivos mais ou menos delineados, sempre com alguma precauçao e com planos B e C, mas foi correndo bem, para 2012... nao sei, espero terminar bem a pos-graduçao, descansar o resto do ano que mereço, viajar um pouco talvez, tenho tantos amigos espalhados pela Europa que gostava de ver (todos nao poderei visitar, mas poucos, pelo menos)! E preparar 2013, esse sim com outras metas a alcançar!

A verdade é que esta data de hoje me deixou num misto de alegria realizada e uma nostalgia fadista. Nao deixo de ser Português! E sim... 1 ano!

Além dos 50 pasteis de nata que levei para a OB para esta celebraçao, comprados no Lisboa Grill, um restaurante Português em Tres Cantos, as cervejas paguei eu no  El Verdi, a minha segunda casa como já disse. Com vários de voces que me acompanham e me fazem sentir mais perto de casa quase diariamente por vários meios ainda nao celebrei, mas quando volte a Portugal por estes dias já nos juntaremos para algo!

Penso que "1 ano depois" deve fazer-se esta, e outras, reflexoes, partilho-o por conselho e por vontade.

30 de novembro de 2011

Motivos

Tenho tido bastantes temas na cabeça para escrever aqui: o Alemao que diz que Portugal é unico pais do mundo onde até as moscas sao lentas, a Espanhola que me pergunta "Que coño haces en España si eres de Portugal? Tu país és precioso, me encantaria vivir hay, lo he tentado ademas, estarias mucho mejor em Portugal... ai los vinos, los quesos...Portugal me encanta", ou o Londrino que acha que se pode fazer copy-paste num trabalho para Oxford de um artigo desde que o mencione...

Bem, estes sao exemplos pouco ilustrativos, mas o dia foi longo e apesar de cedo a hora é tardia porque o dia para mim madrugou.

Entretanto li a prenda de natal que vou dar ao meu pai (o natal ainda nao chegou por isso abri-a eu antes e usei-a antes de lha dar, nao lhe contem) o ultimo livro do José Rodrigues dos Santos: é uma pena que ele esteja a escrever num estilo ao lightzinho porque o livro podia ser muito bom e ele sabe escrever bem porque já li bons livros dele. Recomendo pelas informaçoes que dá, mas ao Cristaos se calhar é melhor cautela, o propósito do livro é explicar no seu contexto histórico quem foi Jesus e... bem quem quiser pode le-lo. Estou a ler o meu primeiro livro do Sherlock Holmes; O Cao dos Baskerville. Muito bom, estou a gostar bastante.

Tenho trabalhado mais horas que o normal, mas agora é assim: "Por favor", "Peço-lhe como favor pessoal", "Tem de compreender", "Perceba este caso", "É urgente"... Toda a gente quer os trabalhos antes do Natal! Eu gostava de conseguir responder a todos, compreendo, mas é-me fisicamente impossivel, vamos tentando, mas alguns vao ter de ficar para depois mesmo, pedimos verdadeiras desculpas, mas é-nos impossivel responder a todos.

Outra novidade, coisa pouca, é que mudei de casa... é verdade, vivo agora no meu estudiozito e é por isso tambem que nao tenho escrito. Ainda nao me vieram instalar a net e estou com uma internet movil com trafico limitado e vou restringindo o uso às questoes conjugais e académicas!

Tenho de começar a fazer o meu trabalho final para o primeiro (de tres) modulo da pos-graduaçao. Um ensaio de 2000 palavras com vários temas bem definidos (nanotecnologia em geral está claro) para enviar para o nosso Ministério da Economia e Emprego, pouco depois do Natal o nosso Ministro Álvaro Santos Pereira deve estar a receber uma carta minha! Espero que lhe tenham dado bons presentes entretanto.

Porque tenho uma net que é limitada (nos vários sentidos deste conceito), um trabalho trabalhoso e uma pos-graduaçao que me pede resultados... tem sido dificil vir aqui. (Na verdade a internet é o que mais me preocupa... os serviços de telefone e internet aqui em Espanha nao sao como em Portugal, pagam-se mais caro... quando tiver a net normal espero vir mais assiduamente.)

Entretanto também já fiz a minha resoluçao de Ano Novo... vou deixar de comprar meias pretas! É desesperante procurar os pares daquilo... sao todas iguais, mas diferentes... para nao falar que algumas sempre me fogem, desaparecem, esvoaçam nao sei, mas vou ficando com meias sem par de tempos a tempos! Outra soluçao, mais facil ainda que mas mais cara, é deitar todas fora e comprar mesmo todas iguais, nao só na cor mas na forma... estou a pensar no caso, é capaz de ser a prenda de natal para mim mesmo, meias!

Porque acho que o meu calendário só vai ficar mais cheio daqui para diante desejo-vos a todos um Feliz Natal e um Ano Novo que nao acabe no dia 21 de Dezembro como profetizam alguns, é que nao dava mesmo jeito nenhum... Vivam-no com intensidade e emoçao e deixem para amanha o que nao podem fazer hoje!

Beijinhos e abraços!

(espero poder escrever antes do Natal, estes votos sao mais para se me esquecer, portanto, ficam desde já desejados...)

6 de novembro de 2011

Provérbios 17

Este foi-me transmitido pela filha de um avô Alemao como uma frase que ele diz várias vezes, imagino que seja um daqueles ditos antigos que infelizmente caiem em desuso, espero que possa perpetua-lo por mais uns tempos ao escreve-lo, e traduzi-lo, aqui:



Mantém a cabeça erguida, mesmo que tenhas o pescoço sujo


Gostei muito deste, um dos meus favoritos!

4 de novembro de 2011

Volto a pedir desculpas por nao escrever há tanto tanto tempo.

Se comecei este blog era para escrever, mas entretanto muitas coisas mudaram e o tempo nao tem sido pouco, tem sido inexistente...

Se eu trata-se este blog como um diário neste momento seria interessantíssimo posso dizer-vos, mas esse nunca foi o propósito.

Continuarei a escrever, mas a um ritmo muito menor. Se passavam uns minutos relaxantes a ler alguns pensamentos aqui podem voltar, nao muitas vezes, mas podem esperar alguns posts.

Com lógica ou nao, a verdade é que se criei este espaço sinto-me responsável por ele e responsável para quem o lê e por isso gostava de nao o deixar para um segundo plano, mas os tempos e as responsabilidades assim me obrigam, espero que compreendam.

Abraços e beijinhos ;)

18 de outubro de 2011

13 de outubro de 2011

Nanotecnologia

Depois de muitos papeis, cartas, currículos, telefonemas, traduçoes, certificados, comprovativos, muitas horas a ver links, mudar as configuraçoes do computador, ver mais links, fazer testes ao computador, mandar mais cartas, mails, receber cartas, receber mais mails, ler em mais sites, foruns, outros mails, outros foruns, outros sítios que nao sao nem bem foruns nem bem mails, artigos e revistas, protocolos, guias, formulários... muito tempo em frente ao computador, muito tempo (sem tempo) sem postar nada... depois de tudo isto:

Primeira aula - Done!


(Dizem que estamos no principio...)

30 de setembro de 2011

Entrevistas de trabalho e Metal

Na minha primeira entrevista de trabalho estava naturalmente nervoso!

É quase como a carta de conduçao, toda a gente ouve histórias de como se chumba com 4 erros onde 2 deles eram "rasteiras". Nas entrevistas sao aquelas perguntas que ninguém espera.

Lembro-me de em Gestao (sabem que sou assim, umas coisas lembram-me outras) o professor BC ter dito que a um amigo dele lhe tinham perguntado, sem mais nem menos, a meio da entrevista "Quantas bolas de tenis se produzem em Portugal por ano?"... O objectivo destas perguntas, se o entrevistador souber o que está a fazer e sentir necessidade de testar isso também, é o de testar a reacção ao stress, ao inesperado, está claro.
Há outras mais básicas como perguntar que animal gostaria de ser e ou a sua cor preferida e depois há aquelas engraçadas como "responda-me rápido: trocaria tudo o que sabe por metade do que nao sabe? Sim ou nao!"... a interpretaçao destas perguntas podem dar-nos algumas pistas sobre a personalidade da pessoa que temos à nossa frente.

Nao me fizeram perguntas estranhas, mas apanharam-me meio desprevenido numa:

Estava no final da entrevista que estava a correr bem, estava mais relaxado, e perguntaram-me:

E - "Estudou musica vejo!"
I - "No Conservatório sim."
E- "Qual é o seu compositor favorito?"
I - Edvarg Grieg - esta era fácil.
E - De onde é? Nao conheço!
I (completamente encavacado) - Am... realmente também nao me estou a lembrar, nao sei!
E - E qual a sua música favorita dele?
I (respondi rápido a música mais conhecida dele) - Amanhecer - mas a verdade é que nao me veio à memória que estava ainda meio atravancada a minha realmente favorita "In the Hall of the Moutain King", talvez também porque nunca consegui perceber bem como traduzir este nome.
E - Também nao conheço.
I - Deve conhecer, nao está a ver o nome, é muito conhecida, assim como a "Marcha dos Trolls", seguramente que já ouviu.

E mudamos de assunto!
No fundo nao foi muito mau, como nao era um assunto que a entrevistadora dominasse eu também nao fiz muita figura, mas fiquei encavacado.
O que devia ter respondido era: É um dos maiores compositores Noruegueses.

E porque é que eu me lembrei de isto agora? (Nao foi pela Gestao na verdade, essa veio de novo apenas no seguimento).
Ocorre que estava a ouvir a minha lista de "Clássicos" no YouTube e a dado momento, quando passa a "In the Hall of the Mountain King" vejo nas opçoes de lado que os Apocalytica tinham uma versao desta música.

Nao me julguem se eu disser que estive na Finlandia e nunca ouvi estes senhores (e sim eles chegaram mesmo a dar lá um concerto enquanto lá estive); decidi ouvir agora a sua versao e confesso: Adorei!

Tenho estado a ouvir mais músicas deles e... gosto eu afinal de Dark Metal, Black Metal, Death Metal ou la o que tocam estes senhores? Nao faço ideia e imagino que acabei de causar um ataque cardíaco a alguns leitores com a minha ignorância (se posso compensar posso dizer-vos o estilo, andamentos, compassos e instrumentos usados por Grieg), mas quase me importa pouco o que tocam, desde que toquem.

Se posso recomendar nao deixem de ouvir a sua versao da música de Grieg (nao deixem de ouvir Edvard Grieg no original está claro) e também ConclusionPandemonium,  Resurrection, Desilusion (e continuo a ouvir outras...)

Estou realmente surpreendido!

Mcdonald's

Estudei em Gestao que um dos factores de sucesso do Mcdonald's é a sua constância.
Estejamos em Portugal, em Espanha ou na Roménia em qualquer parte se pode pedir um Big Mac, ou um McBacon, ou até um Happy Meal!
As pessoas, regra geral, nao gostam de mudança, e optam normalmente pelo que lhes é familiar e o Mc proporciona isso. Se se está meio perdido e nao se sabe o que comer, no Mc sabe-se sempre o que pedir, como pedir e o que esperar.

Mas mesmo assim também este varia um bocado claro, tem de se adaptar minimamente ao contexto em que se encontra e daqui surge a minha curiosidade em perguntar aos meus conhecidos estrangeiros "O que é que o Mc tem de diferente no teu país?" e note-se: esta nao é uma pergunta que satisfaz meramente uma curiosidade caprichosa mas antes uma forma de entender até um pouco da cultura desse país, porque uma empresa como esta nao decide só porque sim pôr mais um sabor de gelados... se o faz é porque para o público alvo é importante e entendo assim um pouco mais daquilo que as pessoas valorizam nesse espaço.

Estava caminhando por Varese, Itália, e com o amigo de Taiwan que mencionei dois posts atrás (vou chamar-lhe P de Perfect pela forma como ele o dizia constantemente fazendo um O com o polegar e indicador e os 3 outros dedos extendidos) quando lhe pergunto:

I - P o que é que o Mcdonalds tem de diferente em Taiwan?

P - De diferente, como assim diferente?

I - Diferente! Em todos os países o Mc tem coisas que nos outros todos nao tem: em Portugal temos sopas tradicionais Portuguesas, em Espanha podem escolher entre "french fries" ou "patatas bravas" Espanholas, aqui em Itália vejo que têm uma variedade de gelados muito maior (e o McBacon tem 2 hamburgueres em vez de 1, e eu pensava que tinha ficado perfeito, porque gosto muito do McBacon mas nunca peço porque fico com fome, mas os 2 hamburgueres sao muito mais finos que um normal, por isso dá no mesmo, ou pior...), e em Taiwan? O que é que vocês têm de diferente?

P - Hum... bem... nao sei bem... hum... bem temos sopa também... e... hum... ah! o pao pode ser pao de arroz.

I - A serio? Uau, isso deve ser bem diferente, gostava de experimentar!

P - Sim é verdade.. Ah!! E, os ménus sao mais pequenos.

I- Mais pequenos?

P - Sim, o hamburguer, o pao, as batatas, é tudo mais reduzido.

I - Hum... isso na já nao gosto tanto - pensei

Já me disseram que no EUA quando se pede um super ou mega menu (ainda é assim que se diz?) nao sao so as batatas e a bebida que crescem é o hamburguer também... talvez em Taiwan tenham percebido que the bigger nao tem necessariamente de ser the better, nao sei, mas realmente sao pessoas muito, mesmo muito diferentes de nós, foi interessantíssimo conhecer um pouco da sua realidade.

29 de setembro de 2011

A Singularidade e o Jogo da Vida

Já uma vez escrevi aqui sobre as leis elementares do Universo, no post sobre o Criacionismo, mas nesse tempo mencionei apenas a Gravidade.
As 4 forças elementares ou leis elementares do Universo sao, por ordem decrescente de força: a Força Nuclear Forte, a Força Nuclear Fraca, a Força Electromagnética e a Força da Gravidade.
Entende-se por Forças Elementares as forças que nao podem ser explicadas por elementos mais simples ou mais básicos que elas próprias, ou seja elas existem e vao continuar a existir e sao elas que justificam e determinam todas as relaçoes da matéria e energia no universo... desde o átomo que colide com outro e forma uma molécula até ao pai que se atrasa a ir buscar o filho à escola.
Ao longo dos tempos diferentes Físicos têm tentado condensar estas leis numa só, uma lei elementar na qual se pudesse compreender todo o Universo e se pudessem justificar todos os acontecimentos físicos nele existentes.
O Universo demonstra que essa lei deve existir. Estas 4 nao justificam tudo! As questoes dos Buracos Negros e dos 3 primeiros segundos do Big Bang nao sao justificadas por estas leis. Einstein por exemplo devotou grande parte da sua vida na procura desta lei elementar, a sua Teoria da Relatividade Geral dava um entendimento muito mais completo do Universo, mas também ela falhava nos primeiros 3 segundos da origem de Tudo.
Esta é a Singularidade que ainda hoje Físicos de todo o mundo tentam encontrar.

...

Jonh Conway inventou em 70 o Jogo da Vida!
Este jogo tem pouco de jogo é mais um software, se o pomos num computador, que pretende representar um universo hipotético bidimensional de quadrículas infinitas cujo tempo passa por etapas/acontecimentos/cliques... Podem experimenta-lo no link acima.
Este universo tem apenas 3 leis:

1 - Um quadrado/célula viva com 2 ou 3 vizinhos vivos sobrevive (sobrevivência)
2 - Uma célula morta com exactamente 3 vizinhas vivas nasce (nascimento)
3 - Em todos os outros casos a célula morre ou permanece morta. Se nao tiver nenhuma ou apenas uma vizinha morre (solidao), se tiver mais de 3 morre também (sobrelotaçao)

E é isto!
Se forem ao link e "brincarem" um bocado neste Universo de células vivas e células mortas vao perceber que se pode tornar bastante complexo. Se experimentarem pôr, por exemplo, 3 células vivas na horizontal vao ver que na etapa seguinte esta "linha" passa a vertical, na seguinte volta a horizontal e assim infinitamente, a estes "organismos" chamamos Blinkers; se fizermos um quadrado de 2X2 temos um "ser" imutável que ficará estável para sempre, Still Life; mas depois há "seres" (ou combinaçoes de células vivas) mais complexos como como os Gliders que de 4 em 4 etapas voltam há sua forma original mas uma quadricula abaixo e ao lado parecendo planar pelo Universo; mais complexos ainda podem ser os Gosper Glider Gun que começam por ser um conjunto de Gliders e Still Lifes que se juntam e produzem um padrao eterno que autoproduz mais Gliders... Podem experimentar todas estas "figuras" no jogo que as tem predeterminadas para quem quiser.
Este Universo pode ser altamente complexo, podemos descrever leis físicas e químicas para estas estruturas que a dado momento parecem até ganhar alguma imprevisibilidade (inteligência?). Alguém que nao conheça as leis elementares deste Universo pode criar outras mais complexas que o vao explicando com maior ou menor exactidao os eventos: que um conjunto como os Gliders plana, ou que um quadrado de 2X2 se mantém eterno para sempre... mas estas leis... estas leis sao apenas aparentes, ou sao apenas faces de umas muito maiores, ou muito mais simples, elementares, singulares!

Apesar de podermos derivar uma série de leis aparentes este Universo tem bem determinadas as suas leis, que sao apenas 3 e percebendo-las percebemos tudo o que o condiciona, determina, projecta...

Conhecemos o nosso Universo recorrendo a leis aparentes com que pretendemos justificar a realidade; desde o átomo que colide com outro e forma uma molécula até ao pai que se atrasa a ir buscar o filho à escola...

...

A Força Electromagnética e a Força Nuclear Fraca mostraram-se uma única, simplificando as "leis" e resolvendo algumas "deselegâncias" destas leis por separado, a Força Nuclear Forte foi mais ou menos amanhada neste conjunto, alguns pressupostos algo extravagantes tiveram de ser considerados para consegui-lo mas a coisa parece mais ou menos aceite... agora, aquela que se mostra mais difícil de juntar, aquela que teima e nao dar a vitória aos Físicos é mesmo a mais simples, a mais evidente, aliás a primeira a ser descrita, a Lei da Gravidade!
A Lei da Gravidade parece ser a última barreira para entender a Singularidade, que é como quem diz, os mistérios do Universo, afinal, como alguém disse em certo momento: "somos apenas átomos e vazio"

Mas nao desanimemos, teorias vao surgindo e algumas parecem muito interessantes (extravagantes também... mas desde logo, as actuais nao deixam de o ser também).
A Teoria das Cordas, a Super Gravidade ou (englobando todas) a Teoria M sao teorias que parecem começar a lançar alguma luz sobre esta questao!
Gostava que pudessem, ou algo pudesse, ser demonstrado no meu tempo de vida... acredito que sim, parecemos perto, parecemos muito perto de entender... Tudo!

27 de setembro de 2011

CHÁ

Ou Tea em Inglês, bem como  em Espanhol, ou ainda Tee em Alemao e Finlandes, e também Thé em Francês, em Italiano e parecido com os outros Te em Norueguês... em Português, Chá!


Destoa um bocado nao?

Hum... nao!

Em Chinês disse-se: 茶 (chá)

Reza a História de que quando os Portugueses primeiramente trouxeram o Chá vindo da China para a Europa os Chineses marcavam as caixas com um T que simbolizaria a Cruz Cristã e os Portugueses, que traziam esta matéria trouxeram para o seu vocabulário a palavra também, CHÁ, enquanto outros recebiam de nós esta mercancia e a nomeavam pelo T que viam nas caixas.

Mas esta troca de bens (materiais, culturais e linguísticos) nao se fez apenas num sentido! Ora experimentem perguntar a um Chinês como se diz Pão em Chinês... como pessoas "nao-Portuguesas" é-lhes muito dificil vocalizar sons nasais (eu realmente nao percebo porque é tao dificil para os outros... mas realmente só nós é que o conseguimos fazer sem dificuldade...) e dir-vos-ão "Páo"!
Fomos nós que levamos o Pão até à China e aí ficou conhecido pelo nome Português.

Engraçado como a História tem destas coisas! Achei curioso quando mo contaram (ambos os casos em circunstancias muito diferentes... o primeiro por uma Portuguesa em Madrid, o segundo por um amigo de Taiwan em Itália, apesar de me terem contado primeiro o segundo e depois o primeiro) e gostava de conhecer mais semelhanças... Sabem mais alguma?


PS - O motivo pelo qual nao tenho escrito é que a agenda nao tem estado cheia, mas a transbordar... espero poder escrever com mais regularidade, até ja!

14 de setembro de 2011

Igor Maluco

Se tivermos a disposiçao para tal, refiro-me há disposiçao de quebrar o gelo e deixar a "bolha" de parte, as viagens sao acontecimentos espectaculares para aprender coisas novas.
Eu pelo menos vou encontrando de tudo... desde palhaços do circo que vao vestidos de gótico a Ingleses idosos que vivem em Portugal há 20 anos e nao trocam o nosso país por nada... vejam lá que há até quem encontre tipos que dizem fazer próteses de dedos e maos em silicone... realmente é uma sociodiversidade impressionante! (será que posso pedir direitos por este conceito? Nao é biodiversidade, é mesmo socio... ... se calhar nao...) 

É que as pessoas vao ali, num espaço confinado e num tempo pré-determinado, em princípio sem expectativas nenhumas de quem têm ao lado e se por acaso a viagem puder ser mais agradável com uma conversa de circunstância... ... todos procuramos sempre alguém que nos oiça!

Na minha última viagem Madrid-Lisboa encontrei na fila de embarque duas senhoras Brasileiras que tinham vindo na sua viagem pela Europa (parece que os Brasileiros fazem muito isso...). A conversa de circunstância começou pelo atraso do voo ainda na fila e alargou-se durante a viagem em vários temas que envolviam receitas dos seus avós Portugueses e a minha demanda por comprar feijao preto em Madrid.

Chegada a viagem quase ao fim e depois de analisadas dos seus e do meu ponto de vista as culturas de ambos os países uma delas exclama:

"Bem... mas eu nao sei nem o seu nome?"

É verdade... tínhamos começado a conversa com uma troca de palavras em tom de reclamaçao com a companhia aérea e nunca nos apresentamos.

"Chamo-me Igor Pinéu, prazer!"

"Como?"

"Igor, Igor!"

"Nao, qual é o seu último nome?"

(Ok... é normal... nunca ninguém percebe, deixa-me lá repetir, pensei)

"Pinéu, P-I-N-É-U... é um nome estranho... - e ia começar com a lengalenga do costume de como também em Portugal é estranho portanto é normal que no Brasil também nao o ouçam muito quando as duas em unissono:

"Paaaahhh ahahahah ahahah"! - gargalhada geral!

"Oi?" - disse eu, nao as Brasileiras.


Antes de continuar saio um bocado desta história e volto a uma outra que contei muito início ainda deste blog.
A Lista aqui em Espanha cresceu naturalmente. Os Espanhois também nao entendem bem o meu nome e chamarem-me Aigor, ou Aitor já nao me estranha (o ajudante do Drácula aqui nao se chamava Igor, mas antes Aigor, é a justificaçao... mas podiam ao menos nao fazer a associaçao, por uma vez na vida... mas nao, mudam-me o nome para que sim... é a minha sina!)

Voltamos ao aviao! Risos e gargalhadas depois:

"Ouve... do seu nome eu nao vou esquecer nao! - mais risos!

"Entao porquê?"

"Em Sao Paulo quando alguém está assim doido da cabeça, está louco, agente diz que «está pineuzinho!» porque há um hospital (reparem que "hospital" os brasileiros dizem "hospitau", os L's leem-se algumas vezes como U's) psiquiátrico que se chama Hospital Pinel (eu só percebi que era "Pinel" e nao "Pinéu", quando pesquisei, porque na altura pensei que era mesmo Pinéu, pela forma como o diziam)" - E riram-se de novo enquanto pediam desculpa, mas era demasiado engraçado!

E foi isto que eu aprendi na minha última viagem a Portugal... que quando for a Sao Paulo, devo dizer apenas o primeiro nome...

"Chamo-me Igor, muito prazer!"
Porque esta música acabou de me fazer o dia!
Tanta postagem diária no Fb... algumas merecem e valem o clique; e como nem sabemos como pode influenciar, ou alterar o estado de espírito, de outra pessoa.
Realmente, penso agora, nao somos nem donos dos nossos actos, porque depois de os fazermos, já nao nos pertencem, mas antes a quem os toma.
Obrigado ao Castanho pela postagem... penso que nao lês o meu blog, se o leres... estiveste bem!

4 de setembro de 2011

Provérbios 16

Acabo de lembrar-me (como pude estar tanto tempo sem escrever-lo?) é um dos meus provérbios favoritos!!! Lembrei-me agora mesmo porque estava a pensar que estava a escrever muitos Espanhois e lembrei-me deste Português que nao se ouve muito, é realmente um dos meus favoritos (uma máxima minha já):

Saber fazer e nao fazer, ainda nao é saber

Dedico este refrao a todos aqueles (comigo incluidissimo no grupo) que dizem frases como "Se eu estudasse sabia as coisas todas", "Eu sou um bom desportista, se treinasse ganhava várias medalhas!", "Se eu me organizasse conseguia ser muito mais eficiente que a maioria", "Se eu quisesse podia fazê-lo, mas da-me preguiça (ou - nao me apetece)", "Se, se, se, se..." Pois... saber fazer e nao fazer... ainda nao é saber... É o que eu me vou mentalizando...

Provérbios 15

Este é (para nao variar) made in Spain e nao é mais do que uma variaçao do no pasa nada... tao comum, tao característico e tao descritivo aqui de Espanha.
Quando alguém se preocupa porque vai chover, ou está a chover, e outro alguém vai molhar-se, esta terceira pessoa, se assim o entender, pode responder com um: Nao te preocupes...


...quando a chuva bate na pele, escorre!

2 de setembro de 2011

Pérolas

Existem momentos que só por si valem toda uma existência.

Lembro-me de um amigo me contar que certa vez, ele muito pequeno ainda, talvez uma das suas primeiras memórias, nao sei, que na terra dos pais presenciou um acontecimento que eu teria naquele momento pagado para ver.

Talvez contado assim nao vos pareça nada de mais, e nao o é na verdade, parece mais estupidez que outra coisa, e na verdade é-lo, mas o meu pensamento nostálgico foi "Já nao existem pérolas assim!"

Ele contou-me que na terra dos seus pais, certo dia, chegou a electricidade! E depois de ter surgido a electricidade nessa regiao remota surgiu, como de esperar, a primeira lâmpada.
E a sua memória, criança pequena habituada já às luzes da cidade, foi a de um homem anónimo encostar o cigarro à lampada puxar um trago limpo e dizer:

"-Que merda de fogo este, nao dá nem para acender um cigarro!"

Rimo-nos os dois quando ele terminou, mas o pensamento foi o que enunciei... bolas... nao existe mais este espanto, esta surpresa, nada é novo já! Nao existem ceifeiras mais...



No primeiro semestre do meu estágio clínico estive em Valência, vivi com um Colombiano. Como bom Colombiano gostava de festas e a casa tinha algumas visitas esporádicas.
Numa dessas visitas um rapaz Venezuelano, querendo acompanhar a bebida social que estavamos a tomar, puxou de um cigarro. Ninguém lá em casa fumava e por muito que procurassemos nao havia nada para o acender.
Entao o moço, desesperado por fumar o seu cigarro, acendeu a placa térmica do fogao e tentou acender o cigarro na placa.
A associaçao com o caso anterior nao me foi imediata mas o a risota foi maior!!
O rapaz com o cigarro intermitente na placa a dar pequenos tragos no filtro com o calor da placa a queimar-lhe a cara e os dedos... foi qualquer coisa de imperdível, fiz uma foto e tudo mas perdi-a!
Deixei-o com a sua demanda e passados uns minutos aparece-me ele de repente, com o cigarro entre o indicador e o dedo médio apontado para cima na minha cara dizendo:

"Vês vês consegui... acendi o cigarro!"

Tinha logrado a vitória!

Realmente... penso agora... a tecnologia está cada vez mais polivalente! E se nao existem ceifeiras mais, certamente nao deixou de haver quem tivesse vícios.

31 de agosto de 2011

Perspectivas 4

(Começo pela minha)
É-me difícil sintetisar o penso! Começo, no dia seguinte, a ler os posts que escrevo e penso:
- Devia ter desenvolvido mais Pitágoras, é tao giro!
- Devia ter explicado melhor a minha opiniao sobre a influência de Platao e Aristóteles na Igreja e na sociedade actual.
- Já que partilhei o possível pensamento de Democrito na conclusao da indivisao do Átomo talvez pudesse ter reforçado esta conclusao com o facto de que assumindo que se podia dividir o Átomo para sempre cairiamos nos paradoxos de Zenao como das metades infinitas ou o tempo inexistente/infinito, acredito que ele terá pensado algo parecido.
- Devia ter falado mais de Einstein, mais de Newton.
- E devia sim ter falado de Deus, essa suprema Consciência.

Vi uma vez uma reportagem sobre os cronistas da última página do jornal. Aquela coluna estreita normalmente junto à dobra que pretende ser um pensamento ou análise curtissima deste cronista sobre algum tema trivial, político, social, caricato, etc. Percebi que era um pequeno e importante espaço num jornal e lembro-me de a dado momento um dos entrevistados declarar que uma das coisas que tem aprendido é que: é sempre possível sintetizar mais!... bem... eu vou tentando, mas fico sempre a achar que depois me esqueço de escrever coisas que gostava de escrever... ... ... mais manias minhas... ...é o que é!


Bom este foi o desabafo... mas é porque eu estava precisamente a pensar na ciência e no último ponto que escrevi em cima (um post sobre Deus está agendado) e lembrei-me de um outro tema sobre o qual nao me havia ocorrido escrever. Por isso vou escreve-lo já para mais tarde nao me esquecer...


Perspectivas 4

Penso ter lido algures, nao me recordo onde e nao consigo certificar a informaçao, que foi em 1992 que o antigo Papa Joao Paulo II admitiu finalmente que a Igreja entendia que a Terra nao é o centro do Universo e que girava em torno do Sol, nao ao contrário.
Isto quis dizer, entre outras coisas, que até 1992 os padres ainda aprendiam no Seminário que a Terra era o Centro e que depois de 1992 foram precisas ser dadas muitas desculpas. Penso que foi em 94 que o mesmo Papa escreveu aos seus pares falando dessa necessidade, dessa consciência se me lembro. E uma das pessoas referidas na carta foi precisamente Galileu, Galileu merecia um pedido de desculpas!

Mas já que estamos a falar de perspectivas, de ciência e de religiao, porque nao admitir por um momento (o senhor de Bono ficaria contente comigo agora) que a Igreja tinha razao!
Muitos outros físicos apoiaram a Igreja ao longo dos séculos... eles terao alguma coisa a dizer sobre este tema.
E de entre todos, penso que nenhum demonstrou de forma mais correcta (dentro das possibilidades do "correcto") que a Terra é realmente o centro do Universo como Ptolomeu no seu tratado de 35 volumes, Almageste.
Se aceitarmos alguma margem de erro (que existe sempre e devemos ser mais tolerantes se estamos a falar de há quase 2000 anos atrás) Ptolomeu descreveu com uma exactidao muito razoável o movimento da estrelas, planetas, o nosso Sol, tudo em torno da Terra.

Dois milénios depois, vistas bem as coisas, veio alguém que acabou por vir dar-lhe razao, alguém com algum peso na comunidade científica: Einstein!
Ok ok... vamos parar um bocado... Einstein nao disse que a Terra era o centro do universo, mas disse outra coisa muito interessante, disse que: Tudo é relativo!
E tem razao.

Ptolomeu observou os céus e a Terra e desenhou um modelo das órbitas celestes com a Terra no centro a ser orbitada por todos os outros corpos em órbitas complicadas envolvendo epiciclos e círculos dentro de círculos.
E este modelo era bastante aproximado das orbitas actuais, apenas com um referencial diferente. Seria ainda mais exacto que acrescentassemos mais epicilos dentro dos epiciclos e mais circulos dentro dos circulos (ou ao contrário, ou ao invés de, ou ambos...), mas a verdade verdadinha é que, se fizermos questao disso... A Terra é o centro do Universo!

Quem tem razao afinal? Ptolomeu ou Galileu?

Bem... existem pelo menos quatro características que devem estar presentes numa teoria para que o modelo seja aceite, e primeira é:

1. Tem de ser elegante!

Engraçado nao é? A primeira caracteristica que qualquer Físico procura numa teoria é a sua "elegância". Sabemos que se nao for elegante, se tiver demasiadas explicaçoes, excepçoes, casos especiais etc... entao... provavelmente, a teoria, o modelo, está errado!
O modelo de Ptolomeu nao é de todo elegante.. é imensamente confuso e tem demasiadas regras e leis. O modelo de Galileu explica o mesmo, de forma mais simples e mais precisa!

As outras leis refutam também a teoria de Ptolomeu e além disso, mesmo que tudo nao bastasse... sabemos hoje que a Terra nao está fixa, move-se, e entao tivemos de abandonar definitavamente este modelo.

Mas nao deixa de ser curioso isto da relatividade! (um dia tentarei falar sobre A teoria da relatividade... tantas vezes ouvir falar dela e nunca ninguem ma explicou de forma que eu percebesse, tive de procurar noutros sitios... achei fascinante! Mas este post e esta conversa sobre o "modelo aceite" torna-se importante para falar mais tarde sobre a Física de Newton e de Einstein... de qualquer forma adianto já que, afinal e depois de tanta coisa... também nao é nada difícil da entender... demonstrar talvez, mas entender conceptualmente é realmente fácil... fiquei surpreendido, porque sempre ouvi falar tanto e em como só gente muito inteligente e grandes físicos a percebiam... nao é verdade...)

Foi só uma curiosidade isto do Ptolomeu e do Galileu, eu gosto destas coisas!

Vamos para de falar de física por uns tempos senao sou capaz de deixar de ter leitores......


Archivo:Cassini apparent.jpg

30 de agosto de 2011

Demócrito

Uns temas puxam-me outros e quando escrevi sobre a nanociência deu-me vontade de escrever de seguida sobre Demócrito!

Demócrito nunca ouviu a palavra nanotecnologia seguramente, nem nunca utilizou este termo "nano" para tentar medir o que quer que fosse. Mas se nao o fez, foi realmente porque nao pôde. Pois foi um dos primeiros, e dos muito poucos no seu tempo, a falar e a acreditar na existência de umas partículas elementares, infinitamente pequenas, que compunham tudo o que existia.

Noutro post declarei o meu pouco fascínio, o meu desgosto até, por vários dos considerados grandes filósofos da antiguidade. Bom... nao conheço bem a escala mas penso que Demócrito, nao estando certamente no pódio, é considerado, dias de hoje, um dos maiores pensadores deste tempo.

É pena que dos  seus textos - outros filósofos fazem referência a muitos livros seus - sobrem apenas alguns poucos fragmentos. E acrescentaria aliás, que outros só sao tao enaldecidos porque durante um periodo feliz da História assim foram reconhecidos e os seus textos, porque sao hoje os mais extensos, aqueles que permitem melhor análise, estudo e meditaçao, acabam por ser estes os porta estandart de uma época onde ser mediocre era quase a excessao.

Lembro-me de ter lido um livro de Charles Van Doren (um académico brilhante que cometeu a infelicidade de manchar o seu nome com uma parvoíce) onde ele dizia que se tivessemos mais textos de Demócrito ele seria seguramente o maior filósofo da antiguidade.
Sendo um "se" é difícil afirmar o que seja, mais quanto mais leio sobre Demócrito mais me absorve e mais o considero bastante mais interessante e actual que outros que vieram depois dele.

Demócrito é normalmente definido como um filósofo pré-socrático, apesar de terem sido contemporâneos.
Pertence a um grupo de filósofos chamados "Filosofos Jónios" e sao considerados muitas vezes como os primeiros Físicos das História. Jonia era uma movimentada cidade naquilo que hoje é a margem sudoeste da Turquia. Estes filósofos nao estao confinados no entando a este espaço, senao ligados pelo seu pensamento comum de que a Natureza e os fenómenos Naturais e Humanos podiam ser explicados com leis naturais, raciocínios lógicos (a lógica nao havia sido "inventada" ainda) e com testes e provas ao invés e tentar justificar estes acontecimentos com representaçoes antropomorficas e mitos envolvendo deuses e poderes místicos (note-se que outros os fizeram depois deles: Aristóteles, Platao, Newton e até Einstein). Talvez o três Jónios mais conhecidos sejam Tales de Mileto - intitulado de primeiro filósofo -, Demócrito - o maior impulsionador deste tipo de pensamento (que nao durou muito e teve pouco sucesso nos meios mais cultos do seu tempo, diga-se) - e Pitágoras - um personagem que se nao fosse tao misterioso e obscuro seria quase caricato! vale mesmo a pena ler sobre este filósofo e os seus disciplos, irmandade, pitagóricos.

Foi tao desprezado em Atenas, o centro cultural desse tempo, que se diz (sem grandes certezas) que Platao chegou a ordenar que se destruissem os seus livros, tendo sido dissuadido pelos seus discipulos que lhe mostraram a evidência da impossibilidade de destruir uma obra tao dinfundida. Se virmos bem as coisas, séculos mais tarde e profundamente influênciada por este filósofo, a par com Aristóteles, a Igreja Católica levou a cabo a Cruzadas e destruiu milhares de livros e obras de arte profanas nesse tempo. No final, Platao teve o que quiz... ... mas felizmente nao por muito tempo!

Demócrito era conhecido por rir muito. Diz-se que ria por tudo e por nada e diz-se ainda que dizia que o riso o tornava sábio. Estamos seguros que viveu cerca de 100 anos! Sendo a esperança média de vida naquele tempo próxima da actual é algo que nao assombra mas que espanta!

A concepçao do Universo por Demócrito é absolutamente espantosa. Introduziu nesse tempo conceitos tao abstratos e conceptuais no contexto em que se encontrava que, usando a gíria, eu diria:  encostariam Einstein a um canto. (dada a história e vendo o contributo de cada um, os meios e a veracidade, nao acho de todo que esteja a exagerar, mas é a minha opiniao)

O Atomismo, está claro, é o legado de Demócrito (muito influenciado pelo seu mestre, Leucipo de Mileto, refira-se).
Demócrito (e Leucipo... nao se sabe bem onde acabaram os pensamentos de um e começaram os de outro) acreditava que tudo o que existia era composto por umas partículas eternas, indivisíveis, incompressíveis e invisiveis: Átomos ("indivisivel" no grego antigo).
Engraçado, e há que dizê-lo, que naquilo que Demócrito pôs mais ênfase na caracterizaçao destas particulas elementares - a sua "indivisao" - foi também aquela que se mostrou mais redondamente errada!... ...
Sou capaz de o imaginar... a formular a teoria Atómica... pensado que se se pode partir em bocados cada vez mais pequenos tudo o que existe entao eventualmente chegar-se-á a esta partícula que nao se pode partir mais, a particula que agrega, sustém, toda a matéria... pensou talvez...: tem de existir tal partícula, senao todo o Universo se poderia partir, romper, deformar, colapsar, algo tem de ser inquebrável, algo tem de ser o elementar;... algo assim! Realmente, como podia saber que partindo este Átomo elementar sobrar-lhe-ia uma outra coisa (em quantidades gigantescas) chamada Energia?! Era outro conceito que só muito mais tarde surgiria na sua correcta acepçao.

Mas o mais genial, para mim, nao foi ainda dito.
Demócrito disse que estas particulas se diferenciavam em forma e tamanho, mas nao nas suas qualidades internas - eu nao consigo sequer conceber como chegou ele a esta conclusao, qual foi o seu raciocínio, mas nao podia dize-lo de forma mais correcta. Disse ainda que as propriedades da matéria se definiam pela forma como estes Átomos se agrupavam.
E como se tudo isto nao basta-se, Demócrito afirmou ainda que existe um Espaço Vazio entre os átomos. Um espaço que permitiria sempre definir onde começa um e termina outro e que os Átomos viajam sempre por este espaço colidindo uns cons outros, agrupando-se e separando-se.
Eu nao sei se se pode afirmar isto, mas esta terá sido a primeira vez na História que alguém concebe esta noçao de Espaço Vazio (e a descreve com tanto pormenor), um Espaço sem nada, nem matéria, nem ar, nem nada, Vazio. E este movimento eterno no espaço vazio poderia ter talvez outro nome, Inércia se ele se tivesse atrevido a nomear-lo, e teria deixado Newton com duas leis apenas.

Esta ideia foi completamente reprovada pelos "grandes"!
Aristóteles nao podia conceber, por exemplo, que os Humanos dotados de alma, fossem constituidos por partículas inanimadas... pior... que fossem constituidos por partículas iguais que os animais e as pedras.
Onde Demócrito se enganou também (ou talvez se tenha enganado, porque a traduçao do grego como escreveu o texto é ambígua e ninguém pode saber ao certo qual a interpretaçao que ele queria com aquelas palavras) foi ao afirmar que, sendo tudo Átomos, o Pensamento e a Alma, a existir, tinham de ser Átomos também.
Note-se que a Alma era muito importante nestes tempos para estes pensadores... era o que nos distinguia dos animais, hoje há quem lhe continue a chamar Alma ou entao (os tempos mudam e há que adaptar-se) Consciência. No fundo sao palavras que ninguém sabe o que sao mas que toda a gente diz possuir para se sentir especial em relaçao às outras coisas (como o computador de lá de casa, porque agora já fica mal dizer "como os animais"), é uma necessidade nossa... Tivemos a custo de aceitar que nao eramos o centro do Universo, ha-de demorar um a perceber que nao somos especiais ao ponto de pôr deuses maravilhosos a olhar para nós (a nao ser as mamas e os papás e um ou outro conjuge que nos ature), mas um dia acredito que chegaremos lá.

Haveria ainda duas ou três coisas mais a dizer sobre este Atomismo primordial, mas este post está enorme ja e deixo assim para quem quiser ler mais sobre o tema. Aproveito ainda esta dicotomia entre o material e a consciencia e escrevo um dos fragmentos encontrados que mais gosto de Demócrito, a dicotomia é antes entre o Intelecto e os Sentidos, nao o que escrevi antes, mas lembrou-me.
Espero ter deixado alguma vontade de pesquisar nao só sobre este filósofo mas sobre outros jónios e outros pós-socráticos também, que há muitos e muito interessantes.


Intelecto: Dizem que temos cor, que temos doce, que temos amargo, na verdade temos apenas átomos e vazio.
Sentidos: Pobre Intelecto, esperas derrotar-nos quando é a nós que vens buscar as tuas provas? A tua vitória é a tua derrota.

(Fragmento D125)

29 de agosto de 2011

A posgraduaçao

Muitos amigos me têm perguntado porquê uma posgraduçao em nanotecnologia? e a verdade é que vou dando respostas diferentes a quase toda a gente. Dependendo do contexto, da história que tenho com essa pessoa, de onde me conhece, etc. Nao é que vá inventado nao, é simplesmente uma questao complexa (se me permitem usar estes dois termos em simultâneo).
A verdade é que existem várias - e tenho-as bem definidas - razoes para esta posgraduçao.
Nao me quero alongar muito, nao por suspense ou outra coisa qualquer, mas porque teria realmente de me alongar muito para explicar todas as minhas motivaçoes.
Deixo-vos no entanto um excerto do livro Nanotecnologia e Nanofísica do Prof. Rui Filipe Marmont Lobo como justificaçao genérica do meu interesse nesta área:

"(...) e ocorreu na década após Feynman, ter advogado a nao impossibilidade das leis da Física permitirem o armazenamento de toda a informaçao existente em todas as bibliotecas do Mundo numa simples cabeça de alfinete. Com efeito, se cada letra se reduzir a 6 bits, entao, a informaçao de dez milhoes de livros é na ordem de 10(elevado)15 bits; usando um cubo com cinco átomos de aresta para escrever um bit, serao precisos 125 átomos por bit, ou seja, 1,25 x 1017 átomos; ora, este número corresponde precisamente ao número de átomos contido num cubo de cobre com o volume de 1,5 x 10-6, que é o equivalente a uma esfera com 0,14 mm de diâmetro. Portanto, ainda sobraria muito espaço na cabeça do alfinete! E isto, ainda é insignificante, comparado com a molécula de ADN, na qual sao usados cerca de 50 átomos por bit."

Difícil, para mim, é nao querer estudar estas coisas!...

26 de agosto de 2011

Deitamo-nos na cama, depois de estarmos até tarde no computador a trabalhar com o candeeiro de mesa acendido para nao cansar tanto a vista, aconchegamo-nos nos lençois e arrumamos a cabeça na almofada como se fosse o colo de alguém especial. Deixamos os músculos relaxarem e sentimos o silencio das articulaçoes e o coraçao que teima em fazer-se ouvir. E quando estamos assim de olhos levemente fechados, com um sorriso leve e parvo na cara como quem sente "ahhh, finalmente!", quando tudo se encaminha para uma noite tranquila e serena ouvimos, de forma constante, ameaçadora, imprevisível e invisível, rompendo o ansiado silêncio, uma irritante melga: ZZZzzZZzzZZZzzZZzzzz... e temos a percepçao imediata: nao vai ser uma boa noite......%&$#aghrr$(*Ç"#%$&.....................

23 de agosto de 2011

Provérbios 14

Colombiano, mas parece-me que nao é bem um provérbio, senao antes uma expressao.
"Plata" (prata em Português) é um um sinónimo de dinheiro neste país, e a expressao é:

Con plata no nos preocupemos porque plata no hay

Como quem diz: "o que nao tem soluçao solucionado está" ou mais simplesmente "hakuna matata" ou ainda, de uma forma mais erudita e se o contexto o permitir, "carpe diem"!...
Dos mais novos aos mais intelectuais... há sempre uma forma adequada para transmitir a mesma mensagem...


Itália

Depois desta pequena ausência para férias estou novamente contactável e ligado ao mundo.

Foram (e espero que continuem a ser) uma férias excelentes, as melhores até entao seguramente.

Estive 2 semanas com a namorada em Itália e porque andámos de um lado para o outro podemos dizer que comemos pizza em:

Varese, Milao, Florença, Roma, Vaticano, Veneza, Verona e Pisa.

A seu tempo farei de cicerone em cada uma desta cidades e escreverei sobre o que me pareceu cada uma.
Agora estou na Charneca da Caparica, em casa, a gozar a última semana de férias e a tentar ganhar alguma cor que é o que falta para estas férias serem completas.

Espero que tenham (aliás, espero que estejam a ter) umas boas férias também

Voltaremos aos posts, provérbios e advérbios e outras trivialidades!

9 de agosto de 2011

Out of Office AutoReply

"Hello. Thank you for your mail. Unfortunately, I will be out of the office until on 29 of august and  maybe will not be able to read it.

Thank you


Gracias por su correo. Sin embargo, probablemente no podré leerlo hasta el 29 de agosto.

Muchas gracias.


Obrigado pelo seu correio. Lamentavelmente estou fora do laboratório e talvez só possa responder-lhe a partir do dia 29 de Agosto.

Muito obrigado"


Boas Férias!!!!!!!

3 de agosto de 2011

Provérbios 13

Este é Alemao e a traduçao foi-me transmitida da seguinte forma:

Aquele que nao honra o cêntimo nao merece o euro

Penso que nao serve só para dinheiro... mas para esse também... está muito certo!

1 de agosto de 2011

Só porque eu continuo a ficar abismado...

Passam uns Russos ou Romenos aos gritos na rua!

Colombiana - Olha... estes sao Portugueses nao?
Eu - COMO?
Colombiana - Ok... Brasileiros!
Eu - (fico desconcertado e respondo de olhos arregalados) Eles devem ser Russos ou assim!!! Nao tem nada a ver com Português o que estavam a dizer!!!

(mas pensado bem, agora, com calma... ... ... se calhar até podiam ser Polacos, ou Eslovenos, ou Sérvios... realmente... é tao elucidante quando nos pomos do outro lado...)

30 de julho de 2011

(Literalmente) A nossa visao do Mundo

O que têm Pedro Nunes, Gerardus Mercator e Gall-Peters em comum?

Pedro Nunes nasceu em Alcácer do Sal em 1502 e é considerado um dos maiores matemáticos do seu tempo.
Uma das suas invençoes mais curiosas foi talvez o nómio (assim chamado pela versao Latina do seu apelido)! Inventou-o usando-o em astrolábios e a escala de Vernier (paquímetro ou craveira como lhe chamamos em Portugal) inventada somente dois séculos depois nao é mais do que uma adaptaçao diferente do nómio de Pedro Nunes.
Mas onde este Português, novo Cristao de origem Judia, realmente deixou um enorme legado foi no campo da navegaçao, e talvez pelo que é mais conhecido e reconhecido mundialmente é pelos seus cálculos sobre as linhas loxodrómias.
Entende-se por linha loxodrómia a linha (nao perpendicular pense-se) que mantém o mesmo ângulo com todos os meridianos. Antes deste matemático o demonstrar diferente, pensava-se que se se seguisse, em navegaçao, esta relaçao com os meridianos, eventualmente se daria uma volta ao mundo voltando ao mesmo sítio. Este erro dá-se por se tentar representar, e pensar, em algo que tem um volume esférico num plano em duas dimensoes, mapa. O que ele demonstrou é que se se mantiver esta relaçao nao se percorre um circulo à volta da Terra mas antes uma espiral que se dirige a um dos pólos sem nunca o tocar.

Este novo conhecimento foi, e continua a ser, de uma importância abissal para a navegaçao e é um conceito tao actual que pertence ao domínio corrente de qualquer marinheiro.

Gerardus Mercator (forma latinizada de Gerard Cremer) nasceu numa cidade Flamenga onde é hoje o norte da Bélgica.
Foi um importante cartógrafo sem grande notoriedade no seu tempo mas com um contributo muito importante (mais do que podia ele esperar imagino) para o mundo da navegaçao bem como todo o mundo moderno.
O Mapa Mundi como geralmente é chamado, ou Mapa Mundo, tem o seu nome verdadeiro como Projecçao de Mercator. Foi desenhado como um mapa auxiliar para a navegao e as suas projecçoes assentam na base de que as linhas loxodrómias sao paralelas e rectas. Esta escala linear, constante e conformal permite manter a relaçao angular entre as linhas do mapa podendo os navegantes traçar rotas rectas (com régua e esquadro, faço a redundância para chamar à imagem filmes ou séries onde vemos isto acontecer) entre dois pontos e assim seguir o rumo desejado, conhecendo distâncias e posiçoes.
A projecçao é simples... imaginem uma esfera (a Terra), agora separem os pólos de forma a que a esfera se abra num cilindro, ao abrir verticalmente este cilindro temos o habitual Mapa Mundo. É assim que é projectado.
Como disse este mapa foi inicialmente desenhado para auxiliar os navegantes mas depressa que tornou na representaçao standart para a planificaçao do nosso planeta.
Existem no entanto muitas outras, todas com os seus pontos fortes e fracos, uma vez que, como disse, nao é possível representar fielmente algo tridimensional em algo bidimensional.
Os pontos fortes da projecçao de Mercator já referi, os pontos fracos sao que esta distorçao da Terra mostra-nos uma área aumentada nos pólos! Quanto mais nos afastarmos do Equador mais as áreas sao exageradas.
A Gronelândia parece quase do tamanho de África mas na verdade é quase 14 vezes mais pequena, por exemplo. E o Polo Sul, de igual modo, parece enorme e na verdade é apenas o 5º da lista no que concerne a tamanho.


E onde entram entao Gall-Peters nesta História?
Estes senhores (James Gall e Arno Peters) deviam ter passado despercebidos na História Mundial... seriam mais uns cartógrafos amadores como outros milhares e assim teria sido... se as coisas se passassem como normalmente passam.
Mas eles tiveram a ousadia de propor (e serem ouvidos) uma nova projecçao do Mundo. Uma projecçao que, segundo eles, seria mais correcta e, veja-se, mais solidária! Foi quase como se eu ousasse agora dizer que tenha uma teoria melhor para a Criaçao da vida e ter crédito por isso!
Foi uma grande controvérsia que passou na segunda metade do século passado. E passou porque... se calhar... eles tinham razao!!!
Na sua projecçao, áreas de tamanho igual no globo aparecem iguais no mapa. E termos técnicos à parte que eu também nao entendo completamente, a verdade é que pelo menos as áreas sao mais semelhantes às verdadeiras.
Acontece que com esta projecçao, como podem ver, os países subdesenvolvidos sao realmente aqueles que maior área ocupam no mapa (porque sao, naturalmente, os maiores) e é por isto que esta projecçao causou tanta controvérsia... nao foi aceite pela comunidade científica mais creditada e as críticas à discriminaçao fizeram-se ouvir. Alguns grupos religiosos ou com outras convicçoes sociológicas continuam a pretender que se respeitem as áreas e que se atribua a verdadeira parte do mundo a estes continentes.


Quando vi esta projecçao pela primeira vez causou-me estranheza... como se as coisas nao estivessem no seu devido lugar! Mas é mesmo assim... existem tantas coisas sobre as quais nunca pensamos que quando chega o dia... é difícil entender diferente.