31 de maio de 2011

Descubram as diferenças

Versao que se ouve na rádio Portuguesa:



Versao que se ouve na rádio Espanhola:



Quem conheça as duas culturas nao se vai surpreender com a diferença!

Este pequeníssimo exemplo pode mostrar duas coisas: exemplificar uma das claras diferenças entre as nossas culturas e como toda a informaçao que nos chega é tao pequena no nosso microcosmos, se se vier a conhecer apenas a informaçao que passa em Portugal, ou só em Espanha, ou só nos EUA... só vemos um plano muito pequeno de toda a informaçao. Até nas coisas mais pequenas e insignificantes.

27 de maio de 2011

shchshshxxx

Príncipe - Hi Igor! Do you know who is the coach of Iranian national team now?
Eu - No, who?
P - It's Keyrosh!
E - Hum... good... I think... who is Keyrosh?
P - How come that you don't know? He is Portuguese, he even trained your national team for some time!
E - What?
(Penso 3 segundos mais!)
E - Ahhhh... you mean Queiroz!!!!



Acho que é por estes e por outros motivos que os estrangeiros acham os nossos sons um tanto ou quanto esquisitos e pensam também que estamos a falar russo!

26 de maio de 2011

Argumentaçao VS Pensamento Paralelo

Nao sou um grande fa dos grandes filósofos gregos!
E esclareço quando digo "os grandes filósofos", porque outros "menores" parecem-me ter produzido trabalhos bastante mais importantes dos quais, do pouco que conheço, sou grande apreciador.

Outro post virá um dia onde explico melhor a minha opiniao...



Toda a gente tem uma ideia do que é argumentar.


O que nos dizem os textos é que:
A teoria da argumentaçao prende-se em tres disciplinas: a lógica, o dialecto e a retórica.
Terá começado o seu caminho histórico com Sócrates, passando por Platao e terminando (ou começando verdadeiramente como uma disciplina de estudo sério) com Aristóteles, resumindo muito muito.

Os Gregos valorizavam mais a Filosofia, a Musica, o Pensamento, enfim, "artes" mais conceptuais eu diria, mas isto pode ser contestado, nao é uma verdade absoluta em si.
Ao contrário os Romanos sempre foram mais pragmáticos, chegaram a desvalorizar a Ciência em prol da Retórica e de estudos Políticos e Literários.

No computo geral a educaçao Grega era melhor, seja dito. Seria normal aliás para um jovem, no tempo em que coexistiram com grandes naçoes e que a primeira nao havia influenciado definitivamente a segunda, que quisesse ter sucesso e assim o pudesse fosse terminar os seus estudos na Grécia.

Serve isto apenas para demonstrar como era importante o conhecimento para estas civilizaçoes que nas classes médias e alta tinham uma educaçao que podia ser quase considerada melhor que a de hoje (de acordo com o que se creia ser uma boa educaçao).

A Argumentaçao, voltamos ao início, foi criada como forma de debate lógico e persuasivo entre duas ou mais partes. Argumentar tem como base a pretensao de fazer crer a outros que a nossa ideia é a correcta, ou que aquilo que expomos é o lógico e o correcto.

Se o mundo fosse plano este sistema era perfeito. A é melhor que B optamos por A, A+C melhor que A, e A e C nao se excluem, optamos por A+C, perfeito.

A arte de bem expor argumentos, de bem falar, era um dos maiores privilégios e uma das qualidades maiores num homem e hoje, mais de 2000 anos depois, a coisa nao mudou muito na verdade. Aquele que consegue expor os seus argumentos de forma exemplar, sem falhas, com contra-argumentos, convicçao, e que consiga derrotar aqueles que tenham opinioes diferentes, é um homem de sucesso.
O exemplo mais claro é a própria Democracia, criada também nesse tempo. O sistema democrático baseia-se neste sistema de argumentaçao. Várias partes debatem entre umas e outras tentando convencer os outros sobre os seus certos pontos de vista.

Para terminar esta parte que fala da argumentaçao falamos do seu aspecto mais importante, o seu propósito final! A argumentaçao pretende definir, estabelecer por A + B, "aquilo que é"! O que é o bem, o que é o mal, o que é o amor, o que é a justiça, o que é o melhor! O problema em tentar definir "o que é", é que aquilo que é é muitas coisas em muitos momentos! O mundo nao é estanque, nao é plano!
Em 80% dos dialogos argumentativos de Sócrates (assim escritos por Platao) nao existe mesmo conclusao alguma. Ele limita-se a apontar o que é "errado" na tentativa de expor por oposiçao o "correcto".
Platao dizia que a verdade estava escondida para lá das sombras que viamos, expo-lo brilhantemente na sua alegoria da caverna e Aristóteles com a sua lógica taxonómica de inclusao e exclusao punha tudo dentro de "caixas". Podia ou nao algo estar dentro de uma caixa, o que nao podia era estar meio dentro e meio fora da caixa, nem podia estar em parte alguma que nao fosse dentro ou fora desta caixa. Ou era, ou nao era!
Como nota mesmo final é importante admitir a componente que o ego tem em tudo isto. Torna-se uma luta pessoal ganhar uma argumentaçao, onde o meu ego sai inflado ou diminuido se eu a ganho ou nao, por isso, no mundo moderno, estes debates sao motivados demasiadas vezes por esta componente. Nao é certo, nao, mas acredito que é muito habitual.


Imaginemos agora outra alegoria:
Estamos numa casa de campo, quatro pessoas estao de cada lado dos quatro lados da casa e cada uma delas está a tentar argumentar que a casa é como ela a vê, todas têm razao, mas nenhuma entende, porque assumiu o seu papel argumentativo, com o ego assente também, e procurará convencer as outras de que o seu ponto de vista é o correcto.
Imaginemos agora que as 4 pessoas dao, juntas, a volta a casa. Ou seja, em determinado momento, todas as pessoas estao juntas, a olhar para o mesmo ponto de vista, mesmo que todos os pontos de vista sejam diferentes, em cada momento, sao olhados, à vez, pelas mesmas pessoas, e com a mesma disposiçao.
Este é o princípio base (mas a coisa complica, ou complementa, um bocado) do Pensamento Paralelo.
Nao há mais dois lados opostos, existe um grupo que em determinado momento se sintoniza num lado do problema, depois em outro, depois em outro, e depois em outro...

Dirao: Mas isso leva a que depois de se analisarem todos os pontos de vista haja debate de novo. Nao!

O Pensamento Paralelo nao pretende definir "o que é" como a argumentaçao e portanto, na verdade, nao necessita de uma conclusao, este tipo de prática pretende definir "o que pode ser"!
Quando as quatro pessoas dao a volta à casa elas nao vao discutir se a janela está mais à direita ou mais a esquerda, alguém dirá "Há uma porta aqui" e outra acrescentará "Há uma janela alí". Nao existe um debate, existe um acréscimo de conhecimento.

E se se tornar necessária uma conclusao? Veremos!

Outro aspecto sobre este tipo de pensamento é que ele obriga-nos a ver os problemas com diferentes modos... explico:
Quando pensamos, muitas vezes, é como se estivessemos a fazer malabarismo com 10 bolas ao mesmo tempo. É muito difícil ter opinioes ora factuais, ora emocionais, ora positivas, ora cautelosas, ora criativas, ora tudo isto!... Juntamos tudo numa amalgama e começamos a disparar em cada direcçao.
Pensem nos lados casa como cada uma das características. Pensem que todos olham para a casa com uma disposiçao emocional "Gosto mesmo desta casa, faz-me sentir bem", "Eu nao gosto da cor", e agora algo factual "Na cidade eu nao tenho o lago à porta de casa, nem o cheiro a eucalipto quando abro a janela", "A cor desta casa é amarela". Ao juntar estas perspectivas a todas as outras a percepçao daquilo "que pode ser" e até daqui que "é" torna-se bastante mais evidente, nao acham? O ego foi removido da equaçao e em determinado momento toda a gente "viu" a casa pelo mesmo prisma.
Ter 10 cabeças a pensar no mesmo ponto de vista à vez (mais que o ponto de vista é com a mesma disposiçao) é muito mais produtivo do que ter 10 pessoas a pensar por si e a tentar derrubar os outros 9.



Ao escrever este post sinto que fica bastante incompleto mas a minha intençao tambem nunca é abrir a cortina, acho que podem perceber melhor (e melhor que eu) se aquilo que interessar o pesquisem. Tudo o que escrevi aprendi em livros ou em artigos (este post tem muito pouco de desvaneio pessoal) mas a maior parte, ou pelo menos a parte que considero importante, vem do livro Six Thinking Hats de Edward de Bono. 
Aconselho vários livros, normalmente pelo prazer que dá a sua leitura, mas este... aconselho-o a toda a gente como forma de impulsionar o nosso mundo a uma mudança para melhor! E se eu nao vos convenço que convençam os seguintes factos:

  • de Bono foi convidado para presidir uma reuniao de laureados Prémios Nobel.
  • Tem um planeta com o seu nome.
  • Está na lista de 250 personalidades que mais contribuíram para a História Humana elaborada por um grupo de Professores de Africa do Sul.


Sim, gostava mesmo que mais pessoas lessem este livro!!!

23 de maio de 2011

Provérbios 10

Versao PT: Passar de cavalo para burro

Versao ES: Pasar de Guatemala a "Guatepeor"

Versao DE (traduzido): Passar da chuva para a calha


Assim se fazem eufemismos sobre as más decisoes que existem em toda a parte!



PS - o motivo pelo qual tenho demorado mais entre cada post é o trabalho nada mais... peço perdao... o texto de hoje nao era este sequer mas queria postar algo (como dizem os espanhois) "por narizes" tinha de postar algo! E aqui está... mas os textos Argumentaçao VS Pensamento Paralelo e Restaurantes para 2 estao a ser trabalhados! Amanha... Barcelona de novo... ... até depois!

19 de maio de 2011

Estas conversas deixam-me deprimido

Alema - Quanto tempo demora o comboio de Lisboa a Madrid?
Eu - A noite toda... faz-se a viagem de noite!
A - Como a noite toda? Estou a falar do normal, numa viagem normal!
E - Esse é o normal, o único aliás... só há essa velocidade!
A - COMO??? - e escrevo em letras capitais porque o "como" foi dito alto, com olhos abertos e com uma inclinaçao até mim que me assustou um pouco, também pela constituiçao muito germânica da senhora.
E - Sim é isso!
A - Mas como é que isso pode ser??? Duas capitais Europeias, que estao tao perto... como podem demorar tanto tempo???
E - É o que temos!

__________________________________________________________________________

A - Desculpa dizer-te isto... mas Portugal, na Europa, é visto como o fim do mundo... voces e a Grécia, sao o fim do mundo!
E - Pois quer dizer... estamos na ponta sim!
A - Nao é só isso! É que estao mesmo muito longe! Como é que se vai para Portugal? Apanha-se um aviao mas depois esta-se aí e nao se pode ir para mais lado nenhum. Além disso... ninguém conhece Portugal... quer dizer... na Alemanha eu posso comprar queijos, vinhos e outras coisas Francesas ou Italianas, de Portugal... bem... talvez um Mateus Rosé e um vinho do Porto... mas acho que nada mais! Voces nao estao ligados à Europa, nao fazem parte do tecido Europeu.
(Neste momento eu já estou a pensar que ou sou um perfeito anormal ou um génio... porque penso na clara evidência do que me diz, mas parece que em Portugal sou eu e mais dois ou tres e como já disse aqui uma vez "se a maioria diz que estou errado, o mais normal, ainda que nao seja regra, é que esteja".)
- No Aeroporto de Frankfurt por exemplo... seria difícil coordenar tantos destinos, é um aeroporto central europeu e tem avioes a vir e a ir para todas as partes, além disso nao faz sentido ter 1000 voos a partir para tanto sítio... o que os senhores Alemaes fizeram, espertos, foi, por exemplo, todos os voos para cidades secundárias em Espanha, como Bilbao ou Sevilha, ou Faro em Portugal, praticamente todos estes voos fazem escala em Maiorca! Vao todos para lá, depois daí distribui-se a gente! Mais vale levar avioes cheios até maiorca e depois fazer viagens menores com meios avioes que fazer tantas viagens com avioes vazios. E nao percebo como Portugal nao faz o mesmo para a América. Na Irlanda eles vao tentando... mas estao um bocado já para cima... voces estao no sítio perfeito... nao sei como nao há ninguém esperto em Portugal para o fazer.
(Neste momento sinto uma sensaçao dejá vu... lembro de uma pessoa na televisao e em debates televisivos dizer mais ou menos o mesmo...)
- Voces estao muito longe... a sério... nao deve ser fácil fazer a vossa economia crescer. Mas têm de se ligar à Europa.
Na verdade o problema de Portugal sabes... é mesmo pertencer à Europa... porque agora... se Portugal tivesse o escudo e estivesse fora... pois o problema nao era grande... o escudo descia, nao tinha valor e toda a gente ia aí passar férias... pronto! Mas estao na Europa têm de estar ao nível dos grandes, perto pelo menos, e nao é por serem um país pequeno: Dinamarca, Luxemburgo, Holanda e Bélgica também o sao; mas estes fazem parte da Europa... bem... para eles é mais fácil... para voces nao... mas têm do tentar a todo o custo. Isso digo-te já é o mais importante para poderem recuperar... têm de entrar na Europa.

A opiniao pode ser contestada e debatida.
No entanto, a uma pessoa que já viveu na Alemanha, em Espanha, 6 meses em Portugal como hippie nao era eu ainda nascido, Marrocos, que já visitou meio mundo (além de ser uma excelente cozinheira), e que tem uma cultura que se pode ficar a ouvir falar sem interrupçoes por horas... bem... há que pelo menos considerar a sua opiniao. Quanto mais nao seja pela franqueza... senti o meu orgulho nacional ferido alguns momentos... mas eu concordo... e por muito que me custe a mim (isto é puramente opiniao pessoal), tenho de aceitar.

Vou procurar escrever menos temas políticos aqui... eu tenho opinioes, mas mesmo nas minhas vejo algumas falhas, pontos que nao estao perfeitamente apurados, ou que representam uma verdade crítica. Por isso acho que me deixarei de isto aqui... num diálogo pode ser... é mais fácil. Assim é demasiado determinante.

16 de maio de 2011

Semana de trabalho

2f: Tratar finalmente do NIE... já tenho cartao de identificaçao Espanhol e finalmente ja posso fazer algo tao simples como abrir uma conta num banco sem problemas.

3f: Bilbao ver um paciente e dormir lá para

4f. ver outro paciente

5f. Fazer o exame IELTS em Madrid.

6f. Barcelona ver outro paciente...

Sábado: Contar como foi... ... até lá!

O dia em que a Política mudou

Estava-se a 26 de Setembro de 1960 e seria, se nao me equivoco, o primeiro debate presidencial de sempre na televisao.

Milhoes de americanos pararam para ver directamente os dois opositores e ter pela primeira vez na História uma visao clara e directa de quem lhes falava num frente a frente.

Este debate entre Nixon e Kennedy marcou a história televisiva e política de uma forma que na altura nao se esperaria.
Os resultados foram surpreendentes e a política nao foi a mesma desde entao.

Entre outros erros, o mais clássico, mais falado e mais caricato até - talvez também o mais determinante - foi a cor do fato de ambos os candidatos.
Kennedy - que aceitou a maquilhagem - com o seu fato negro sobre o fundo cinzento do estúdio sobressaia como o homem que ia levar a naçao para o desenvolvimento, que ia ser o pai da família, como alguém que nos pode segurar, suster... enfim... o marco da presença e da confiança.
Por outro lado estava Nixon, acabado de sair do hospital, magro, nao aceitou maquilhagem para, perante o público, se mostrar como realmente era  e com um fato cinzento que o fazia desaparecer no fundo do estudio... foi um desastre.

Estudos posteriores mostraram que quem ouviu o debate pela radio achou que Nixon esteve melhor... quem o viu na televisao deu larga vantagem para Kennedy.

Muito ocorreu depois nesta campanha eleitoral, mas muito mais ocorreu depois em todas as outras pelo mundo fora!

Deixo um dos videos que se encontra pelo YouTube... apesar de ter uns baloes parvos mostra bem aquilo que pretendo descrever, mais, mostra como percebeu definitivamente a televisao como nos pode moldar a opiniao... e como somos influenciados pelo que vemos. Acho um exemplo muito interessante!

15 de maio de 2011

5 anos

X: "A prof. de Química nao veio!"
Y: "Outra vez?? Porra mas essa mulher está sempre a faltar... assim nao damos a matéria toda... depois no exame quero ver!"
J: "É verdade... é que já é demais mesmo! Assim já é demais!"
Z: "Tu já tens 20 do exame do ano passado, estás só a melhorar Biologia, nao tens de te preocupar!"

...

I: "Vamos até ao anfiteatro?"
J: "Sim"

...

Green Sleeves 


Primeiro beijo!

...

Cinco anos depois continuo a amar-te!
Nao como nesse primeiro dia! Porque aí, apesar de conhecer-te há quase um ano, nao te conhecia como conheço agora. Portanto amo-te! muito mais agora que antes e sinto-me verdadeiramente realizado emocionalmente, ao sentir que tenho contigo algo tao bom e tao permanente... que ao fim de cinco anos nos continua a fazer andar abraçados e de mao dada pela rua... aos beijos lamechas, cócegas, beliscoes e dentadas, risos, suspiros, juras de amor e olhares cúmplices!

Amo-te! agora, e nos outros tantos que estao para vir!

Amo-te!


E pouco mais é possível dizer-te; senao que apenas tu posso mostrar!






Nota: Queria, publicamente, agradecer à prof. de Química... parte da responsabilidade da minha fraca nota no Exame Nacional de Química é sua... assim como parte da responsabilidade de estarmos a namorar agora... obrigado pela sua falta profissionalismo!
Se acreditasse que Ele se preocupa com isso diria que "Deus escreve direito por linhas tortas!" e este seria o Provérbios 9.

Sem tempo (o dia seguinte)

(peço desculpa pelo suspense, o Blogger teve problemas e nao consegui escrever... depois responsabilidades "maritais" nao mo permitiram)




Nao houve gritos... nao houve cadeiras pelo ar!

Muito dialogo, muitas explicaçoes, bastante manipulaçao por parte do paciente: "Pois ... porque se voces nao fizerem o trabalho para voces é so um trabalho que nao fazem... para mim é algo que nao tenho para sempre!" e outras coisas; cedências de uma parte e de outra e no fim... começar o trabalho de novo!

Vamos mudar de técnica... tanto para a 1ª parte como para a 2ª. Sim, vamos fazer a 2ª, mas de forma diferente, mas mesmo assim pedimos ao cliente e ao paciente que assinassem uma declaraçao em como  compreendiam os riscos (menores agora, mas existentes).

Às vezes é preciso ceder... 

O que é a qualidade de vida de uma pessoa? O que melhora a qualidade de vida desta uma pessoa? Até que ponto vale esta qualidade de vida? E... havendo um valor... quem o determina?

...

11 de maio de 2011

Sem tempo

Estes dias têm sido de loucos! E estes dias vao-se transformar em semana, e esta semana vai-se transformar em semanas (esta e a próxima pelo menos). Nao tenho tido tempo, ou melhor, nao tenho tido cabeça para escrever!
É quase um desafio pessoal, mas gostava de poder ter algo para dizer quase todos os dias.
Vou diminuir estes dias em quantidade e tentar manter a qualidade (seja ela qual for).

O sigilo que ninguém me pediu nem sobre o qual fiz nenhum juramento, mas que penso inerente a qualquer profissao de saúde (ou qualquer outra), nao me permite alongar sobre descriçoes das consultas... porque senao aí sim... tinha muitas histórias para contar... e que histórias!!!

Amanha vai ser um mau dia, já sei e já me estou a preparar... é por isso que estou a escrever também... comunicar algo, sentir que partilho, descomprimir e evitar escrever amanha, porque vou vir para casa chateado. É assim... nao sei se é melhor saber que vamos ter problemas atempadamente (quando nao podemos fazer nada para os evitar senao esperar por eles de peito aberto e com responsabilidade de os enfrentar) ou que eles surjam sem aviso. Pode ser um tema de debate.

Anima-me saber que tenho, que temos, a razao do nosso lado... mas como estudei em psicologia... quando se trata de pacientes... ter a razao nem sempre é suficiente para se fazer levar a bom termo uma conversaçao, pior se temos na nossa frente alguém que nos tenta manipular com jogos de culpa e vitimizaçao.

...

Bem... já estou por tudo... já que comecei a escrever (e nao estava mesmo previsto... imaginem-se a escrever isto devagar e a pensar ao invés de estarem a ler tudo de chofre), vamos brincar ao faz de conta, e é mesmo faz de conta, o "caso" é o "seguinte":

Imaginem um paciente que - por inerência do título - tem um problema, vamos dizer que é amputado, abaixo do joelho pronto, exemplo.
Este paciente quer que façamos algo, algo que ninguém no mundo faz, e nao faz porque é muito difícil de fazer e porque nao se pode fazer, explicarei em seguida.
Este paciente, e o cliente, do dono da ortopedia, quer a todo o custo que o façamos. Porque se o fizermos ele vai sentir-se melhor com a sua deficiência, vai ficar extasiado eu diria mesmo.
Primeiro dissemos que nao, nao era possível, mas eles insistiram tanto... e quando digo tanto seriam coisas como "Pois porque tu tens as duas pernas, mas se tivesses só uma já me entendias!" ou o cliente "Vejo-te muito negativo I, vamos tentar, já viste se sai bem, era um caso espectacular!", coisas assim ditas de 1001 maneiras diferentes, nunca tinha sentido em mim e nos meus colegas, uma pressao psicológica tao grande.
Fui orientado que "sim" tentaríamos... mas - e porque o trabalho tem de ser feito em duas partes, uma que se pode fazer, mas outra que pode por em perigo o paciente - iríamos ver ao longo do processo como a coisa correria.
Aquilo que o paciente pede, a 2ª parte, realmente deixa-lo-ia "aparentemente" contente, muito contente, mas é um risco para a sua saúde e a literatura diz que nao se deve fazer, podiamos tentar mas nao devemos e agora que o processo já se iniciou, já vimos a 1ª parte e vimos como teria de ser a 2ª, decidimos hoje nao continuar. Podemos ficar pela primeira, que seria onde qualquer paciente pararia e ficaria contente, porque realmente traz algo de muito bom, ou podemos se ele quiser deitar o trabalho para o lixo... mas nao podemos avançar para a 2ª.

Ontem estive todo o dia - sem almoçar - com este paciente, a terminar a 1ª parte e nao vos posso contar como foi... mesmo que pudesse, nao podia! Porque foi mau de mais... a pressao psicológica, as expectativas exacerbadas, as minhas tentativas frustradas de o trazer à realidade e o Ortoprotésico da ortopedia a fomentar a insanidade do paciente. Na minha opiniao ele precisa de um Psicólogo, nao de um Ortoprotésico... aquilo que ele quer é outra "perna" e por muito que nos esforcemos, fazemos próteses, até pernas ainda nao chegamos, é a verdade... nós tentámos ajudar no que pudemos, mas acreditamos que ao continuar agora para o que ele quer, mesmo que nao entenda, só o íamos prejudicar e é isso que temos de lhe dizer amanha.
Ontem ele já me dizia que "Já sonhava quando estive terminado", "Imagina que fosses tu!". Eu sei que devo criar empatia com os pacientes, sei-o consciente e emocionalmente e acredito que o faço, mas o que ele me pedia, e pela forma como mo pedia, era quase demente e porque realmente tento criar esta empatia, e racionalmente nao sigo o instinto de me afastar (quer era o que devia ter feito), ele pos-me um sentimento de culpa e de tentar corresponder às expectativas que quase me cegou também, quase me convenceu. Felizmente ao debater com o meu chefe ele concordou imediatamente comigo e tirou qualquer dúvida da cabeça: "Nao!".
Amanha estarei eu, o meu "mentor", o meu chefe, o paciente e o ortoprotésico, eu acho que vao haver gritos... e nao me custa acreditar que aquele paciente atire alguma cadeira pelo ar... mas isso veremos.
Talvez escreva alguma coisa... se for possível desta forma, se a imaginaçao nao faltar... veremos!

Cross your fingers.....

7 de maio de 2011

Mensagens subliminares

Estao por toda a parte mas admita-se que demasiadas vezes sao exageradas, como a cena do Rei Leao do pólen ao vento onde dizem ler-se SEX mas onde se lê realmente SFX, o nome da empresa ou do programa da animaçao, nao me recordo.
Mas vi esta agora e fiquei atónico... até porque o Super Mario foi o meu jogo de infância (no fim dirao "ah e tal isso explica muita coisa"... mas até nem explica porque nao joguei este Super Mario...)...

Leiam todas as letras que têm uma estrela pequena no canto inferior, eu começo para facilitar: "U r Mr. ..."



Nao pode ser só coincidência...............

6 de maio de 2011

Criacionismo

Lembro-me de em Biologia, no 12º ano ter estudado as principais teorias do surgimento da vida:
O Criacionismo, o Lamarckinsmo, o Darwinismo, o Neo-Darwinismo... enfim... umas quantas.
Sobre a primeira devemos ter falado meia aula, a segunda 1 aula inteira, a terceira uma semana talvez, e a última um ano quase inteiro.
Este facto mostra claramente a ênfase, a importância, atribuída a cada teoria.

Sempre achei que mesmo o Neo-Darwin tinha demasiadas incongruências, pontos por explicar e era demasiado teórico, com poucas provas a consubstancia-lo. Lembro-me de dizer uma vez à professora:

"A probabilidade de uma coisa assim acontecer é a mesma de eu atirar 1 triliao de vezes ao ar este caderno com esta caneta e... no fim... aparecer escrito aqui um poema! Isso simplesmente nao vai acontecer!"


Ainda nao experiementei, nao posso ter certezas, mas duvido com toda a convicçao... no fim... teria como muito um borrao.

Darwin tem sido contestado ao longo do anos, acima de tudo por falta de provas que sustentem a sua teoria. A Selecçao Natural existe, mas em nenhum caso se demonstra que produza realmente novas espécies e os fosseis de transiçao que continuam a ser procurados nao aparecem, para piorar, aqueles que haviam sido dados como achados, como o Archaeopteryx p.e., têm sido descreditados e tomados  como falsificaçoes ou equívocos. As coisas nao estao fáceis para Darwin e novas teorias começam a surgir como a das Pontuaçoes e outras. Em sua defesa é preciso sair também... além da importância Histórica monumental é importante saber que se, por exemplo, toda a populaçao dos EUA morresse hoje (pobres, nem eu o desejo), caíssem redondos no chao e daqui a milhares de anos os humanos do futuro fossem fazer escavaçoes, seria improvável que juntando todos os ossos encontrados estes formassem um esqueleto completo. Assim se justifica a dificuldade em encontrar um esqueleto que satisfaça (mais, que convença) a comunidade científica desta teoria.

Por outro lado... sempre me intrigaram os Criacionistas.
Para mim... procurar justificar a Religiao com bases científicas é um bocado contraditório. A base das religioes é a ... nao sao precisas provas para acreditar... e se as tiver... entao nao preciso de fé!

De qualquer forma estas pessoas, estes cientistas (e sao-no de verdade) procuram realmente justifica-lo e os seus argumentos sempre me deram curiosidade. Ao longo dos tempos, por pesquisa ou conversas fortuitas, fui tendo conhecimento dos seus argumentos e fiquei... estupefacto!

Dos argumentos que me deram até hoje, dois, deixaram-me realmente pensativo, abalaram várias percepçoes que tinha.

O primeiro é mais conceptual:
Se eu entrar numa sala vazia e no meio dessa sala encontrar um relógio a funcionar eu posso questionar-me sobre diversas coisas: O que está aquele relógio ali a fazer? Quem foi que o pôs alí? Ou quem construiu aquele relógio?
Ou seja, podemos admirar o relógio, aprecia-lo e questionar sobre ele. Mas nunca nos passaria pela cabeça que o relógio simplesmente apareceu alí. De facto, isso nao caberia na cabeça de ninguém... se está ali é porque alguém em dada altura o construiu e alguém, ou a mesma pessoa, o pôs lá!
Se temos este raciocínio para um relógio... para um mero relógio... como nos pode passar pela cabeça que a vida, os organismos... coisas infinitamente mais complexas, possam ter surgido do acaso? Como podemos acreditar (achei muita graça quando me diziam que os crentes éramos nós os evolucionistas... porque creiamos em algo absolutamente estapafúrdio) que o Universo, em toda a sua complexidade, tenha surgido do acaso? Sabendo que se a Terra estivesse mais próxima ou mais afastada do Sol a vida seria impossível, se a Lua nao tivesse a massa que tem, nao orbitasse como orbita, a vida seria impossível, se Júpiter nao estivesse aqui ao lado a sugar tudo o que é asteróide a Terra estaria a ser bombardeada destes corpos a todo o momento tornando a vida impossível também... nao vos parece que tudo foi construído de forma perfeita? Infinitamente mais complexo que um relógio e mesmo assim estao dispostos a renunciar que um relógio possa surgir do acaso, mas nós e o Universo podemos... é preciso ter muita para acreditar nisso!

Terá sido algo assim que me terao dito em relaçao a este argumento.

O segundo é mais científico e na verdade divide-se em dois, vou explicar algumas teorias antes do comentar:

1º É um erro estatístico, que se pode aprender na primeira aula de estatística no secundário, fazer extrapolaçoes para a populaçao que saiem fora da amostra testada. Ou seja, se eu faço um estudo onde demonstro, por hipótese, uma correlaçao directa entre o peso e a altura de indivíduos e na minha amostra o intervalo de alturas é de 1,20m para o mais baixo e 1,90 para o mais alto, com pesos ascendentes, eu posso fazer uma extrapolaçao para a populaçao que esteja compreendida entre estas alturas. Mas se me aparece um individuo com 2m... eu nao posso tentar adivinhar o seu peso, porque esse valor sai fora da minha amostra e nao estou seguro de que a correlaçao se mantenha para essa altura.

2º O Universo é composto por muitas coisas, mas vamos reuni-las em matéria e energia. Uma das 4 forças elementares no Universo (a mais fraca mas também a que tem maior alcance) é a Força da Gravidade.
Este força é proporcional à massa e inversamente proporcional à distância.
Ocorre uma coisa muito interessante: o Universo nao tem massa suficiente para aguentar-se!
Este é um dado comprovado. Quero dizer: a Lua gira em volta da Terra porque a Terra tem massa suficiente para manter a Lua no seu campo gravitacional... mas a verdade é que  ao olharmos para o Universo, para nossa Via Láctea  por exemplo, nao existe massa suficiente no seu centro, para aguentar todas as estrelas que a orbitam. Ou seja, as estrelas nao deviam estar agregadas na galáxia (nem na nossa nem em nenhuma, simplesmente nao existe massa para as suster). Descoberto este facto os Físicos ficaram atónicos... sem saber o que fazer ou dizer!
Pois já foi formulada um teoria para este caso e é, acrescente-se, um teoria largamente aceite pela comunidade: pode provar-se matematicamente (problema: ninguem a consegue provar "materialmente").
É a teoria da matéria escura (nao confundir com a anti-matéria).
De acordo com esta teoria o Universo está repleto desta matéria escura... e quando digo repleto, quero dizer exactamente que esta matéria constitui cerca de 97% de toda a matéria existente (ou seja, os outros 3% sao a matéria que conhecemos, os planetas, as estrelas, etc... tudo isso é apenas 3%). Este número é o número apurado matematicamente para justificar a coesao das galáxias. Para se manterem coesas precisam de mais 97% de matéria que aquela que conseguimos identificar. E reforço o identificar, porque neste momento, em dezenas de sítios espalhados pelo mundo, estao a tentar "pesar, ou medir, ou algo" esta matéria (que afinal, repito, é 97% de tudo), mas... ninguém consegue... ninguém a consegue "ver".

Agora os Criacionistas:

- O mundo, e todo o Universo, têm cerca de 5 000 anos, há quem chegue aos 10 000, mas o provável é que tenham pouco mais de 5 000.
- Como é que podes afirmar uma coisa dessas? 5 000 anos? está louco? O nosso planeta em milhares de anos e o Universo se bem me lembro terá cerca de 15 bilioes de anos.
- Ai sim? E como é que sabes isso?
- Entao... em relaçao há Terra pelos fosseis e isso... e... claro, pela dataçao por carbono-14, é por isso.
- Era exactamente aí que queria chegar, o carbono-14: se eu tiver um quadro que tenha uma data e for ver pelo carbono-14 qual a sua data de origem posso determinar que para aquela data os elementos perderam a tal percentagem de carbono-14 e posso extrapolar-lo, com base noutros exemplos/dados, para outras identifiçoes. Até aí tudo correcto. A questao é que os últimos dados com data que temos vao até pouco depois (ou seja mais próximo do ano 0) do ano 5 000, e sao referentes às primeira civilizaçoes humanas. Antes disso nao há registos que demonstrem com veracidade a data de um elemento.
- E a idenficaçao dos fósseis e isso, e as placas tectónicas, e tudo aquilo que vemos ter existido 5 000 anos antes de hoje?
- Ninguém sabe o que aconteceu há 5 000 anos atrás! Temos alguns pouco registos e pouco mais. Quanto aos fosseis pois eles existem, e nao sabemos bem porquê, foram especies que existiram e se extinguiram, e mesmo que observes as placas ela podem ter sido criadas com este movimento por Deus assim directamente... assim como os próprios fosseis se assim fosse Sua vontade.
- Esse argumento parece-me ao mesmo tempo intrigante e um bocado paranoico, desculpa.
- Pode ser, mas nao me digas que tens certezas, porque nao tens, ninguém te garante que as dataçoes por carbono-14 continuam exactas após tanto tempo.
(cientificamente devem garantir, tem a ver com a semi-vida do átomo... mas bem... o próprio átomo pode ser contestado... e.... existe esse direito, apesar de considerar esta parte um pouco forçada)
- Além disso - continua - conheces a matéria escura e porque foi inventada/descoberta?
-Sim
- Entao diz-me: o que te parece mais simples - enfatiza e ri-se no simples e eu percebo onde quer chegar - que haja uma matéria escura, que representa mais de 90% de toda a matéria no universo mas que ninguém consegue ver, medir, sentir, cheirar, nada e que sustém o Universo, ou que Deus, tenha construído o Universo, tal como o vemos, com a matéria que sempre soubemos que existiu e que simplesmente, porque lembra-te: o Universo tem apenas 5000 anos, as estrelas, os planetas e tudo nao tiveram tempo para se afastar, para se separar.
- Navalha de Ockham - admito e riu-me também pela perspicácia dele.
- Para nós medir este afastamento é muito difícil porque nao temos base de comparaçao, nem instrumentos que permitam apura-lo com certeza, mas o tempo vai dar-nos razao.

Nao me tornei Criacionista depois de saber estas teorias... mas dao que pensar... e abalam um bocado algumas percepçoes parece-me.
De qualquer forma ainda me têm de explicar vários aspectos que nao ficam claros com o Criacionismo... exactamente por esta entidade Deus. Mas sobre isso nao me debruçarei hoje... este post está a ser escrito há 3 dias - nao tenho tido muito tempo - e vai já bastante longo.

Admito que acredito mais na Evoluçao que na Geraçao Espontânea (ou talvez mais ainda numa mistura das duas... porque afinal algo teve de existir primeiro donde se pudesse começar a evoluir e isso teve de ser gerado), mas teorias sao teorias e nao passam a factos até serem provadas (e mesmo esses...).

3 de maio de 2011

Ananaseiro

Senti-me tao ignorante quando descobri que os Ananases nasciam de uma árvore rasteira cujas folhas só nos chegam à cintura porque apontam para cima... nao sei porquê... mas sempre imaginei os ananases pendurados numa árvore que se pareceria com uma bananeira... fiquei realmente surpreendido quando mo fizeram ver, nem queria acreditar... mas parece que sim, é mesmo verdade!


Enfim... estamos sempre a aprender... ...