27 de fevereiro de 2011

Laranjas com sementes

Antes de começar este blog pensei bastante! Se o abriria, do que falaria, do que nao falaria, etc!
Primeiro pensei nestes aspectos. Pensei em possiveis posts, pensei em posts que até gostava de escrever mas que nao escreveria, na utilidade deste espaço... enfim, numa série de coisas que acho normal pensar-se antes de começar a escrever um coisa destas!
Mas nessa altura... nunca pensei que me demorasse tanto tempo a decidir o nome para o dito blog! Surgiram-me imensos... mas nenhum se adequava, nenhum dizia exactamente o que queria. Até que um dia, lembrando uma conversa que tinha tido faz tempo e que sabia que um dia teria de postar (um dia destes) este nome veio-me há cabeça e nesse momento decidi que seria este o nome do blog By the end of the day! Adequa-se por vários motivos... descreve quando escrevo aqui... faz parte do tempo que reservo para mim depois de todas as obrigaçoes que me prendem e representa assim, grossomodo, o fim de mais um dia, um até amanha!... por outro lado penso neste titulo como uma expressao de clarividência... no fim do dia tudo fica claro! os problemas passaram, resolvidos ou nao, as surpresas passaram a conhecidas, o panorama é geral e claro, podemos fazer um rewind, pensar melhor sobre algo, buscar conclusoes diferentes, etc!
O fundo tambem nao foi escolhido por acaso... como o nome, vejo nele, ora por um lado, o fim do dia para uns e o inicio para outros, ora por outro, vejo nele o nosso Mundo e é sobre ele que eu quero falar aqui, sobre o nosso espectacular (e este é o adjectivo exacto que utilizo, espectacular) Mundo!
O nome do blog, pela forma como surgiu na conversa, faz uma ligaçao muito importante a este Mundo e por isso mesmo acho que escolhi bem o título. Para aquilo que eu gostava de transmitir - consiga-o ou nao - é o título indicado.

E voces agora perguntam - com toda a razao - mas e entao porque raio se chama este post Laranjas com sementes? Pois é uma pergunta muito pertinente... é que este blog teve quase a ter esse nome... porque eu sou do tempo em que ainda se comiam laranjas com sementes e acho que este nome também estaria bem, por tudo o que representa. Acho que perdi um bocado no pitoresco, mas ganhei em significado.

Só é pena que às vezes, por termos escolhas tao limitadas, se percam bons nomes!

26 de fevereiro de 2011

Aristides de Sousa Mendes

Ja escrevi aqui que achava que tínhamos perdido o espírito de aventura, as garras de agarrar o mundo!
Mas depois lembro exemplos destes e sou alegremente obrigado a repensar este tema!
Temos em nós Portugueses esta grandeza... nao nos esqueçamos destes exemplos, que infelizmente nao nos ensinam sequer, para que possamos recordar.
Podia dizer várias coisas, mas deixo-vos um video e espero que a vontade para pesquisarem mais!
Aprendamos que podemos ser grandes com decisoes tao simples e conheçamos a nossa História, para nela projectar o futuro.


Provérbios 4

Raquel em relaçao ao comentário no Provérbio 1, há um aqui em Espanha mais parecido, nao tenho a certeza se já o ouvir em Portugal ou nao,é-me familiar, nao sei, mas o sentido é o mesmo o que disseste, diz:

Vai devagar que tenho pressa

25 de fevereiro de 2011

Provérbios 3

Há muitos provérbios que os ouço como traduçoes do Português... e nessa altura fico sem saber de onde sao, o que me deixa um bocado agastado mas curioso! Aqui em Espanha, pela proximidade geográfica e histórica, naturalmente há muitos parecidos!
Mas este disseram-mo no outro dia e nunca o ouvi em Portugal, apesar de soar mais ou menos familiar... assim, desta forma, nao sei se o teremos ou nao. De todos os modos achei um bom provérbio para partilhar:

É mais fácil ver o cisco no olho alheio que no nosso

E nao é verdade!

24 de fevereiro de 2011

Humildade VS Consciência

Eu vou repetindo que vou escrever um post sobre o que penso que é ser Português mas entretanto vou escrevendo aos poucos tudo o hei-de la escrever!
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Eu acho que a Humildade é sobrevalorizada! É sobrevalorizada em muitos países e especialmente em Portugal, onde a integramos no Bem Educado e na Boa Pessoa.


Eu podia tentar descrever o que penso que é ser humilde, mas vou deixar o dicionário fazê-lo por mim:


humildade
1.qualidade do que é humilde, simplicidade, modéstia
2.sentimento proveniente do conhecimento dos próprios erros ou defeitos
3.submissão, respeito
4.inferioridade



Acho que poucas Palavras estao tao bem definidas no dicionário Português como esta.
A primeira palavra que descreve Humildade é "qualidade", portanto já sabemos que humildade é algo que devemos ter, é bom, é uma qualidade.
A qualidade da modéstia eu resumiria (sabendo que um resumo é sempre um resumo), é o: "oh... nao fiz nada de mais!", "eu nao sei nada", "os outros - mais velhos, com mais experiência, mais altos, mais morenos, que falam mais alto, que dizem que é assim porque eles sabem, os mais novos que percebem mais disto, os que saiem mais - sabem mais que eu"


Vejo muito curioso que as palavras "submissao" e "respeito" estao na mesma linha! Interessante nao? - e também já disse aqui uma vez que estas coisas sao escritas (feitas), por pessoas que, acredito, percebem um bocado mais disto que eu (estarei a ser humilde?) - É que confundimos isso também... o respeito refere-se à deferência, ao acatamento, à homenagem ou ao culto de alguém para outro alguém e podem claro ocorrer em maior ou menor escala.

Com isto parece-me fácil entender a Inferioridade que aparece no fim!

Mas pergunto: nao é o conhecimento dos próprios erros ou defeitos uma qualidade?
É uma grande qualidade, a meu ver, e claro que há pessoas que nao sao a terao. Mas eu acho que esta qualidade é só metade da moeda, e uma meia moeda nao tem grande valor!

Aquilo que eu considero importante é ter, isso sim, Consciência Crítica, o verdadeiramente importante é saber dizer: "este trabalho que eu fiz está uma merda!" ou chegar e dizer "Eu fiz isto e penso que está muito bem feito!". Isto, a meu ver, é que devia ser valorizado. Ja ouvi chamar a esta coisa "Quociente Emocional", ou QE, ainda é um quociente, nao chegou a qualidade, como a humildade!

Devemos ser capazes de idenficar os nosso defeitos, com a intençao de os corrigir e de modo igual (nem a mais ou a menos) identicar as nossas virtudes para a potenciar!
Respeito, para mim, respeito é ter um amigo que me diz "És melhor que isso!" é ter um grilo no ombro que faz doer a cabeça de tanto martelar. Respeito é saber que o outro espera de mim apenas o melhor, saber que conquistei esse nível de confiança. Sentir o Respeito do outro é sentir o dever da Responsabilidade para com ele.

Acredito que devemos ter a melhor consciência de nós que conseguirmos alcançar e isso passa pela análise crítica e atenta dos nossos comportamentos, actos, pensamentos, crenças, opinioes, etc. E com esta análise, repito, identificar o que de melhor e pior há em cada um de nós! E nao é fácil!
Nao é facil porque a análise sistemática, per si, é já bastante difícil e depois porque nós nao somos a preto e branco e definir o melhor e o pior para potenciar e corrigir também nao é fácil!

Pessoalmente, e é pessoalmente, baseio-me em 3 factores:

- Cumprir o meu projecto pessoal de vida.
- Pôr felicidade no mundo dos outros.
- Manter iguais as possibilidades.

Nao têm ordem, podem pensar-se ao contrário ou como se quiser.
Neste caso os 2 primeiros trazem-me felicidade pessoal (desenvolverei este tema noutro post que se chamará  Marx vs Smith e será onde se justificará também o nome do blog!), realizaçao e sentido de missao cumprida. O 3o refere-se à justiça, à igualdade e pode ser como que uma base (continuando a ter a mesma importância que os outros) que me mantém recto neste caminho, só sinto a tal realizaçao se verificar que mantive este 3o ponto.

Acredito, para terminar, que o inicio deste post descreve uma questao mais ou menos universal e sobre a qual muitos de nós devia refletir. O fim descreve mais o meu sentimento pessoal em relaçao a esta questao e ha-de variar de pessoa para pessoa. É o que penso!

22 de fevereiro de 2011

Perspectivas

Finlândia, Helsínquia, no estagio:

P - O serviço militar em Portugal é profissional?
I - Sim, só vai quem quer. Aqui nao?
P - Nao, aqui ou vais para a tropa, ou fazes voluntariado, ou serviço social, ou... bem, ou vais preso, mas isso nao acontece claro!
I - Hum... interessante, pensava que aqui nao era obrigatório ir à tropa. (país tao desenvolvido e tem a tropa como serviço obrigatório, pensei)
P - (momento de silêncio pensativo) Pois, mas voces têm como vizinho apenas Espanha.
I - E entao? Por ser só um?
P - Nao, nao me percebeste... é que nós temos a Rússia aqui ao lado!
I - (momento de silêncio para processar) Mas isso é um problema?
P - Nunca se sabe... eles têm umas minorias lá que nunca se sabe!

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Espanha, Tres Cantos, conversando com uma Alema e um Iraniano:

C - A Alemanha e a França nao entraram nesta guerra contra o Saddam Hussein e fizeram bem... nao havia provas nenhumas de que eles tinha realmente as armas e na verdade ninguém as encontrou.
A - Bem mas... o Saddam é um ditador e tinha de ser afastado para as pessoas terem liberdade, além disso era um vizinho terrível, as pessoas confundem-nos com ele.
C - Sim mas... se vires as noticias Inglesas, vês como eles têm tido sucesso na conquista e na libertaçao do povo iraquiano, mas se vires um noticiário Alemao podes ver quantos soldados já morreram e quantos civis foram mortos também, era uma guerra deles, do povo iraniano, nao nossa. Por detrás disso estao interesses políticos, nada mais.
A - Pode ser... mas o povo pode viver em liberdade e antes vivia com medo.

Nao sei bem que dizer, mas acho que é uma vergonha e uma hipocrisia monumental (e se me perguntarem que palavra eu menos gosto é: Hipocrisia) que o mundo tenha aceite ao facilmente uma guerra como a do Iraque e esteja a assistir ao que se passa no Barhein e nao faça nada, principalmente os USA e a Europa.

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Espanha, Otto Bock, conversando com a Sra da limpeza, Filipina:

N - Sabias que foi Fernao de Magalhaes que descobriu as Filipinas?
I - Ignorância a minha... nao, por acaso nao sabia, que interessante!
N - E sabias, que eu aprendi que ele era Espanhol?
I - A sério???? Mas ele foi um dos maiores Descobridores Portugueses!!!
N - É verdade, eu só soube que era Português quando vim para Espanha e vi nos livros de História aqui. Ainda hoje, nas escola, as crianças aprendem que ele é Espanhol!
I - (desconcertado)...

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Finlândia, saindo da Suomenlinna, falando com um Brasileiro:

I - (rindo-se) Pois... realmente o problema do Brasil é ter sido descoberto pelos Portugueses, se tivesse sido descoberto pelos Ingleses ou assim, hoje era A potência mundial!
B - Nao, nada disso, a colonializaçao Portuguesa foi o melhor que nos pôde acontecer. Os Portugueses nao  tinham grandes problemas de raças inferiores e isso, e permitiram partilha de cultura com os indígenas, temos uma boa cultura ancestral por isso. Ao contrário, os Espanhois mataram e destruiram tudo o que encontraram.

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Algures na Finlândia, falando com um Belga:

...
I - Pois, porque nos Descobrimentos os Português descobriram meio mundo nao é!?
B - Bem... isso nao é bem verdade, porque todo o mundo que vocês supostamente descobriram ja estava descoberto por outros, ja haviam lá pessoas!
I - Ok... até pode ser, mas é como o nosso poeta Luis de Camoes disse, demos novos mundos ao mundo, ou seja, fomos lá, conhecemos e colocamos estes sítios no mapa, para que todos soubessem.
B - Sim... e depois disso exploraram esses sitios com mao de obra escrava e mataram civilizaçoes para o vosso desenvolvimento.
I - Amm... humm.... pois como os Espanhois, os Ingleses e outros.
B - Isso nao vos desculpa!

Tenho mesmo muita pena que os Portugueses tenham perdido (porque perderam) este espirito de aventura, de demanda, de arregaçar as mangas e Descobrir, mais, Fazer o mundo. Perdemo-lo e essa é a verdade (procurarei explicar-me melhor num futuro post sobre o que eu entendo que é ser Português), mas nao quer dizer que nao o possamos voltar a ganhar... com a História do nosso lado será aliás mais fácil.
Avançando um passo no entendimento que deviamos ter (era importante cimentar bem o 1o paragrafo antes de desmotivar com o este 2o), acho que é importante que percebamos os erros, as atrocidades que fizemos no passado, para que nao se repitam.
E é muito fácil repetirem-se!
Alguns pensarao que já nao há escravatura como havia... mas bem, eu acho que há coisas piores e mais disseminadas.
Os EUA e a China sao as potências mundiais e poluem juntos a maior fatia da poluiçao mundial. Se isto tambem nao nos desculpa o passado seguramente é pior que o que fizemos, uma vez que nao se pode comparar alguns (claro que importantissimos) milhares de pessoas com toda a populaçao mundial que está sujeita aos efeitos da sua despreocupaçao. E a verdade é que nao vejo muita gente a preocupar-se seriamente com isso, ou pelo menos gente que possa mudar algo.
Gostava que Portugal voltasse a dar novos mundos ao mundo, mas agora na Ciência, na Arte, na Literatura, na Aceitaçao do Outro... eu sei lá!

Acho importante sairmos da nossa bolha e conhecer a de outros para que mais tarde voltemos à nossa e a possamos fazer crescer.

É a minha perspectiva, sobre as perspectivas.

21 de fevereiro de 2011

Provérbios 2

Este é um provérbio Sérvio, que me foi dito por um Esloveno cujos pais eram Sérvios.
E este toca-me no âmago... todos temos as nossas particularidades e este provérbio... bem, é talvez o que mais gostei de saber até hoje.
Vou traduzi-lo do Inglês que me foi traduzido por ele do Sérvio, mas penso que o Sérvio neste caso nao terá particularidades que tornem a traduçao menos boa:

Quando um bom cavalo passa a poeira levanta.

E confesso que nao o entendi imediatamente, o que me fez gostar ainda mais dele!
O facto deste teclado espanhol nao ter til enerva-me um bocado... queria apenas partilhar isso, nAo tenho nada contra os tiles, mas nAo me é facil pô-los!...

Chill out

Ao ouvir esta música sou capaz de me imaginar a fumar um cigarro, nao, uma cigarrilha, num alpendre sentado numa cadeira de baloiço, feita de palha, a olhar a pradaria ao pôr do Sol...


18 de fevereiro de 2011

Provérbios 1

Gosto muito de provérbios, principalmente de outros países. Nao sei, a sabedoria popular tem tanto de simples, como de práctico, como de verdade! E conhece-se um pouco mais de uma outra cultura em pequenas frases!
Quando conhecemos estes ditos e os entendemos nao precisamos de muito mais para uma vida feliz...
Quando vou a algum país diferente ou conheço alguém de algum país raras vezes nao pergunto algum provérbio, hoje contaram-me mais um que nao conhecia... este é inglês:

Little by little you catch a monkey

Nao é, de verdade, tao simples, practico e verdadeiro? Acho estes ensinamentos deliciosos!

A primeira palavra

Penso que a primeira palavra alguma vez emitida por um ser humano foi um grito!
Um grito que pode ter sido de alegria, dor, espanto ou muitas outras coisas, mas que no seu cerne expressava em raiva uma frustraçao, a frustraçao de nao conseguir satisfazer uma necessidade que sempre nos foi primária, a de nos exteriorizarmos, a de nos fazermos maiores, de nos transportar além de nós. Assim terá nascido a primeira palavra.
E esta terá sido talvez a única palavra pura que existiu. A única que expressou alguma vez um pensamento/sentimento (estou seguro que nesta altura estes dois nao se separavam como agora) na sua real e total abrangência.

Penso em alguma outra pessoa (chame-mos pessoa a estes novos seres que sao agora maiores que si mesmos), neste espaço/tempo (estou seguro que nesta altura estes dois nao se juntavam como agora) que desconheço, a tentar reproduzir o mesmo som! A principio sai um pouco ao lado, mas com treino aparece e nasce o primeiro conceito. E a partir deste momento morreu a única palavra que alguma vez existiu.
Porque esta nova pessoa nao so nao sente nem nunca sentirá o mesmo que o primeiro mas pior que isso... vai conceituar/limitar (estou seguro que neste momento estas duas palavras sao sinónimos) o seu próprio pensamento há percepçao do que a palavra deve descrever.
E é neste ponto que ficámos, no que concerne à linguagem!
Estamos ainda no mesmo nível que este segundo ser, que recebe, percebe ao seu modo, imita e perde a capacidade de criar.
Eu pergunto... algum de vocês consegue criar um pensamento sem o conceituar? Sem lhe adjectivar um conceito? Experimentem... "Bem... ok... vou pensar sem dar uma palavra, vou pensar em...." e pronto, já está!
Raciocinio é aliás um sinónimo de Discurso e é sempre isso que fazemos mentalmente, discursamos connosco mesmos!
E eu pergunto... como podemos pensar verdadeiramente sobre as grandes questoes? Como podemos conceber verdadeiramente em nós O exterior, Os outros, As parábolas?

...

Seria muito injusto nao salvaguardar que a linguagem, ainda que seja uma aproximaçao e uma limitaçao ao pensamento, nos permitiu ir mais longe do que este primeiro falante alguma vez pôde sonhar, e tal como muitos outros, o seu legado ultrapassou-o e suprimiu. É apenas uma pena que, com tanta formataçao, sejamos já incapazes de sentir, no nosso intimo, algo que seja realmente nosso e que sendo nosso, o consigamos exprimir.

17 de fevereiro de 2011

As coisas que ainda nao sei saber

Gostava de conseguir partilhar o conhecimento e as experiências que me sao partilhadas...
Mas quem disse que quem conta um conta aumenta um ponto enganou-se... quem conta um conto tira um ponto... essa é a verdade!


Nao sendo fácil, nao é dificil entender e absorver no nosso intimo o que nos partilham... mas reproduzir nós mesmos a partilha dessas pessoas com outros é bastante dificil. (Surgem aliás diversos problemas por esta incapacidade algumas vezes esquecida)

O que é ser Europeu?
O que é ser Alemao, ou Europeu do ponto de vista Alemao?
O que é ser Persa? Quais as ideias que estes têm sobre a Europa, ou os Estados Unidos?
E quais destas ideias se coadunam com as que temos?
Que ideia temos nós dos Alemaes, dos Persas, da Europa?
O que é a Ásia? O que é o Médio Oriente?
Que pensamos nós de nós mesmos e que pensam os outros?
Seremos nós o nosso melhor espelho ou os outros?
Somos capazes de perceber a verdade no "ilógico" que nos contam?

O mundo é realmente tao vasto! E as nossas percepçoes tao pequenas...

16 de fevereiro de 2011

Ismael Lô - Jammu Africa

Tenho pena de saber que em toda a minha vida nao vou ouvir 1/10000 das músicas que merecem ser repetidas!
Hoje deixo-vos esta... para repetir várias vezes...

Sugiro que a ouçam da seguinte forma...:
Pressionem Play
Fechem os olhos e relaxem com as palmas das maos viradas para cima
Inspirem fundo e deixem a música entrar.

Para uma experiencia ainda mais intensa recomenda-se o uso de auscultadores!


Depois de experimentarem a primeira vez, se quiserem, podem ouvir a repetiçao aqui, a música é a mesma, apenas com umas pequenas alteraçoes no som de fundo, mas as imagens sao espectaculares, vale a pena ver também.

Espero que gostem!

15 de fevereiro de 2011

Ética

Ao longo do tempo tenho vindo a repetir vezes sem conta como devia ter prestado mais atençao e isto e àquilo nas aulas, em como devia ter reclamado menos sobre a pertinência ou nao dos temas abordados e aprendido tudo... afinal, eles foram escolhidos por pessoas que, parecendo que nao, sao capazes de saber mais que eu...
Enfim...

Ética...

O dia de ontem foi um dia dificil.

Estive com o meu primeiro paciente com uma orteointegraçao no membro inferior (já tinha estado com um paciente de membro superior, mas o caso era menos complicado).
Um paciente novo, deviamos ter mais ou menos a mesma idade, já está protetizado e agora quer uma funda em silicone para todo o membro, para que as pernas sejam iguais.
Desaconselhamos, porque vai aumentar o peso (da já muito pesada prótese), vai tirar mobilidade e a zona por onde sai o pilao de titâneo nao pode estar coberta. Mas ele quer na mesma e estamos a ver como, fazendo a funda, damos a volta a estes problemas. Que para mim, no final, sao o menor dos problemas... o problema é ele ter feito a osteointegraçao!

1o - ver uma pessoa com uma C-Leg a andar de canadianas nao me parece normal, tendo aquela idade menos ainda, mas ele nao sente a segurança que devia sentir com este método.
2o - a prótese pesa varios kilos e nao é pela C-Leg ou pelo resto, é porque o adaptador que conecta ao tubo de titânio que sai do osso é um bloco de titânio maciço que pesa quase tanto como o resto da prótese.
3o - problemas com infecçoes.
4o - osteoporose.
5o - apesar de ter um sistema de segurança que liberta a prótese em caso de choque, da prótese ficar presa ou outro imprevisto, onde é que acham que isto tudo vai partir? No titânio ou no osso? ... Pois! Nova amputaçao!
6o - nao me convencem e há soluçoes bastante melhores!

Nao vejo vantagens que justifiquem a recomendaçao.

Nesse mesmo dia estive com outro paciente.
Já o seguimos há 2 anos, com um sucesso limitado. Foi amputado pelo nível Chopart, mas porque foi traumático ou por outras razoes que nao sabemos, ficou com o coto em equino e quando apoia o pé é o cuboide que sustenta quase todo o peso, já tentamos varias próteses em silicone com o máximo de alcochoamento que pudemos, mas nao dá, é um osso demasiado pequeno e frágil e demasiado peso em cima dele.
Veio ter connosco, desanimado, para que lhe mostrassemos como eram as próteses trans-tibiais, porque queria ser amputado novamente! Assim foi aconselhado pelos cirurgioes e ele próprio o sugeriu e a isso estava decidido.
A reacçao inicial foi imediatamente tentar dissuadi-lo. "Para cortar hay tiempo" dizia-se! E mostramos-lhe uma serie de outras opçoes, mais antigas, normalmente menos eficazes... mas quem sabe... uma protese normal, laminada, com uma descarga no tendao rotuliano, aliviando o cuboide, por exemplo.
Mostramos varias alternativas, mas ele tem receio de ter de passar mais 2 anos a experimentar e nao resultar.
"Quero esquecer-me do meu pé, quero esquecer-me dos médicos, quero qualidade de vida, nao quero mais nada!" Era o que dizia "Nao quero ir passear como no fim de semana passado e ter de voltar para casa abatido porque nao posso andar" "Nao quero algo que possa funcionar, quero uma soluçao, quero qualidade de vida" "Claro que preferia nao amputar de novo, mas a estetica ja passou há 20 anos, agora so quero a qualidade da vida que nao tenho". Houveram muitos momentos de silêncio, de consternaçao. Ali estava... uma pessoa completamente ciente de si, do que o rodeia, e que queria aquilo que sempre teve, uma vida normal... e por isso quer que o amputem de novo.
Dei por mim a pensar... que direito tenho eu de por mais dúvidas na cabeça dele? Eu sei que a probabilidade continuar a ter problemas com uma prótese de descarga é maior que com uma trans-tibial. Se a amputaçao for programada o coto vai ser bom para protetisar, cónico e longo, e vai ter uma boa marcha seguramente. Por outro lado... será que nao podia esperar mais um ano? Tentar mais 1 ano a adaptaçao há nova protese, antes de amputar... uma nova amputaçao :/ ... é muito violento...
Mas para ele era já demasiado violento continuar a (nao)viver assim. Quem o conheceu ha 2 anos diz que nao é o mesmo, era um tipo alegre, motivado... e agora, assim de repente, caiu-lhe a percepçao de ha 2 anos que nao faz desporto, nao passeia, nao nada e acha que chega, e tem razao!
Falei mais na 1a metade da consulta, estive quase calado na 2a, depois do ouvir e de me fazer estas perguntas.

Nao sei, e ele tambem nao. Foi para casa com muita informaçao, com folhetos de proteses trans-tibiais que pediu e disse que ia pensar.

...

As soluçoes pareciam mais fáceis quando era a brincar...

14 de fevereiro de 2011

Igor Pinéu

Apesar de voces me conhecerem, seria uma falta de educaçao nao me apresentar:

O meu primeiro nome é Igor, nao é:
Higor
Igore
Igre
Ivo
Igro
ou Iban

O meu apelido é Pinéu (apesar do acento ser uma questao polémica na família) nao é:
Pina
Pinel
Pino
Pinú
Espinhel
Pito
Pitéu
Pinelo
Pita
Piné
Pneu
ou Pineau

Tudo isto eu ja fui chamado, sim, e isto só contando com as inocentes, ou seja, com as pessoas que ouvem o nome e o repetem ou escrevem, nao conto já com os maliciosos!
Nao sei, no Igor o Higor e o Ivo ganham e no Pinéu sem dúvida o Pinel e o Pinelo... ja pensei que podia ser um problema meu, claro, mas ja articulo bem as sílabas e nada "PÍ-NÉ-UUU" "Pinel"...... Passei a soletrar sempre! Tenho na minha cabeça as únicas duas pessoas que escreveram bem Pinéu sem soletrar (no meio de dezenas de outras que nao o fizeram), foram uma a senhora da livraria (faz sentido) e uma rapariga que me atendeu nas bombas de gasolina, pode ser dos vapores, enganou-se e escreveu bem! Às vezes acontece!

By morning

Verdadeiramente estimados Leitores,

este é o meu blog!
Este espaço é vosso também, por isso sintam-se livres para deixar as vossas opinioes e sugestoes. Gostava que sentissem este um espaço informal e sério, superficial e reflexivo, ligeiro e erudito. No fundo pretende-se que seja aquilo que a vida e o mundo têm de melhor, diversidade!

Este blog tem o mesmo objectivo que muitos muitos outros pela blogosfera, a partilha de experiencias, pensamentos e afins, e nesse sentido nao é original. A unica diferença será o autor e esse acha que sabe algumas coisas que merecem ser partilhadas (e fala sobre si próprio na 3a pessoa... deve ser um tipo culto) por isso acredita que a leitura deste blog pode enriquecer quem dispenda o seu precioso tempo a lê-lo. (e sobre a preciosidade do Tempo falaremos mais tarde).

Nao vamos alongar muito este primeiro texto, há quem diga que é o mais importante, eu (vamos parar com a 3a pessoa que me dá calafrios) acho que importa pouco, o meio na verdade é o mais importante, nao o principio e o fim como venho ouvindo dizer (e como eu proprio tenho dito até aqui).

Espero entao por vocês, by the end of the day
com os melhores cumprimentos e larguras

O Autor